Manaus, AM – O grupo de 50 ciclistas percorria um trecho da estrada da Ponta negra, na zona Oeste de Manaus, quando foi surpreendido pela motorista Raissa Meyre Mineiro, de 25 anos. O bancário Marco Antônio dos Reis era o último da fila e foi o que mais se feriu. Teve uma luxação no ombro e vários cortes na perna esquerda e no rosto. “Eu só senti a pancada atrás e fui jogado na via.”
A mulher foi levada para o Departamento de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), onde deveria fazer o teste do bafômetro, mas, ela se recusou. Segundo um agente do órgão, ela estava visivelmente embriagada. Por conta disso, o delegado que atendeu a ocorrência determinou que ela fosse levada ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de sangue.
Legalmente, a condutora deveria aguardar o resultado do exame de sangue na delegacia. Caso fosse detectada a presença de substância entorpecente no organismo, ela só poderia sair mediante pagamento de fiança. Mas como a previsão de término do exame era para 10 dias, a autoridade policial achou melhor liberá-la, após assinatura do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Portanto, ela não chegou a ficar presa em nenhum momento e responderá ao crime em liberdade.
Rayssa Mineiro é funcionária do gabinete do secretário da Segurança Pública do Amazonas. Por ter se recusado a fazer o teste do bafômetro, ela pagará multa de aproximadamente R$ 3 mil.
No boletim de ocorrência, ela declarou que se distraiu no celular, só tendo percebido o que havia acontecido após ter atropelado um dos ciclistas. “O sentimento que fica é que a vida fica em segundo plano.
Em momento algum, a motorista veio falar comigo pra perguntar se estava tudo bem, como é que estava o meu estado de saúde. Ela, simplesmente, ficou preocupada em ‘tampar’ o rosto com uma toalha, pra não ser identificada, então, pra mim, isso é um total desrespeito à vida humana!”
Essa mesma falta de respeito à vida fez mais de 10 mortes de ciclistas no último ano em Manaus.
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