
Aliança testa soluções como drones interceptadores autônomos, equipados com ogivas explosivas capazes de destruir alvos inimigos em voo
Rússia – A escalada de ataques com drones russos na Ucrânia levou a Otan a buscar alternativas mais baratas e rápidas para defender posições aliadas. A organização está desenvolvendo um novo modelo de defesa aérea com drones interceptadores que custam uma fração do valor de mísseis e jatos usados atualmente pelo Ocidente.
O almirante Pierre Vandier, comandante supremo da Otan para Transformação, disse que a aliança trabalha para criar um catálogo de tecnologias antidrones que os países-membros possam adquirir e implantar rapidamente. “Precisamos encontrar uma solução que combine massa versus massa. O objetivo é ter uma resposta com boa relação custo-benefício para enfrentar a ameaça”, afirmou.
A estratégia ganhou força depois que drones russos violaram o espaço aéreo da Polônia em setembro, durante ataques à Ucrânia. Na ocasião, caças F-35 holandeses precisaram abater os alvos usando mísseis avaliados em centenas de milhares de dólares, muito mais caros do que os drones, que custam de 20 a 40 mil dólares cada.
Segundo Vandier, o desafio é adaptar as defesas a um cenário em que a Rússia produz cerca de 4 mil drones por mês e pode lançar milhares em uma única noite. “Usar um míssil de 1 milhão de dólares é aceitável se for para derrubar um jato de 80 milhões. Mas agora estamos lidando com ataques em massa e de baixo custo”, explicou.
A aliança testa soluções como drones interceptadores autônomos, equipados com ogivas explosivas capazes de destruir alvos inimigos em voo. A meta é atingir uma taxa de abate de um para um, com custo equivalente ao do drone russo. Também estão em estudo radares de previsão de trajetória e sistemas de energia direcionada, como lasers.
Para Vandier, a rapidez é essencial. Ele defende que os países da Otan adotem tecnologias que possam ser implementadas em semanas, não em anos. “Drones e softwares mudam em questão de semanas. Não existe uma solução mágica que funcione pelos próximos 10 anos. É preciso se atualizar constantemente. O inimigo está se atualizando”, disse.
Após o incidente na Polônia, a Otan reforçou sua defesa aérea no leste europeu com caças e navios de guerra e acelerou a criação do “catálogo de soluções”, que deve servir como base para compras conjuntas. “Estamos construindo uma espécie de catálogo de sistemas não tripulados. Quanto mais soluções tivermos, maior será nossa resiliência, porque algumas funcionam hoje e podem estar obsoletas amanhã”, concluiu Vandier.
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Agência Brasil Portal d24am