Manaus – Quinhentos alunos da edição 2013 do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem Urbano) concluíram o Ensino Fundamental e receberam na noite desta quinta-feira, 18, os certificados do curso. A cerimônia, no Clube Municipal de Manaus, na Torquato Tapajós, reuniu além dos formandos, familiares, gestores, professores, o prefeito Arthur Virgílio Neto e a primeira-dama do município, Goreth Garcia.
O Projovem Urbano é um programa do Ministério da Educação (MEC), que acontece em parceria com a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), com a finalidade de elevar a escolaridade de jovens de 18 a 29 anos que não tenham concluído o Ensino Fundamental, mas que saibam ler e escrever.
Na formatura, o prefeito Arthur Virgílio Neto ressaltou que o projeto vem ajudando a mudar a realidade de muitos adultos que tinham baixa escolaridade, mas que agora terão possibilidades de crescer, de oferecer dignidade para as suas famílias e ter uma vida melhor.
“Para mim o mais difícil, diferentemente das demais formaturas, é o primeiro passo que a pessoa dá. É a pessoa admitir que não sabe ler, que vai começar a estudar, mas agora essas pessoas estão aqui, concluindo a primeira etapa do ensino básico. Esse primeiro passo exige coragem, humildade, confiança em si próprio. Sem dúvida nenhuma, vencer as suas barreiras, derrubar os fantasmas que existem dentro de si mesmo e dizer: eu estou prendendo o que eu teria aprendido há anos. Daqui vão para o Ensino Médio, universidade, ou seja, é um passo gigante na vida dessas pessoas”, avaliou.
A coordenadora do Projovem Urbano, Magna Colley, informou que o programa aconteceu em dez escolas municipais e ao longo deste processo, além da elevação da escolaridade do Ensino Fundamental, os participantes tiveram acesso a cursos de Turismo, Alimentação e Interação Social durante os 18 meses do programa. “Foi um trabalho árduo, mas muito gratificante, porque conheço a realidade dos alunos e sei que conseguiram concluir o curso com muito esforço e dedicação”, comemorou.
O projeto aconteceu nas escolas municipais Firme na Fé, Ignês de Vasconcelos, Themistocles Gadelha, Leonor Uchoa, Jarlece Conceição Zaranza, Agenor Ferreira Lima, Eliana Lúcia, Manuel Ferraz, Jornalista Sabá Raposo e Arte Cultura.
Na cerimônia, a secretária municipal da Mulher, Assistência Social e Direitos Humanos e primeira-dama do município, Goreth Garcia, destacou que a prefeitura tem muito interesse em continuar gerenciando o programa nas escolas da rede municipal de ensino.
“A prefeitura se esmera para fazer valer este Projovem, que é um programa do Governo Federal executado pela Semed, porque entende que é um projeto que resgata vidas e promove a reconquista em pessoas de 18 a 29 que, por algum motivo, não concluíram o Ensino Fundamental”, destacou.
Para a secretária municipal de Educação, Kátia Schweickardt, este é um dos programas que mais honra a secretaria, uma vez que faz um resgate social verdadeiro. “É um programa que dá a possibilidade a jovens, que por algum motivo na idade certa, não puderam concluir o Ensino Fundamental. Ele nos ajuda a perceber o verdadeiro sentido de prática educativa em uma cidade tão diversa, com tantos habitantes, tantas diferenças e com uma grande dívida social a ser paga”, declarou.
Superação
A maioria dos alunos do Projovem Urbano edição 2013 parou de estudar há mais de nove anos. É o caso de Joicyelen Costa, que estudou na Escola Municipal Themistocles Gadelha. Ela afirmou que a sensação de concluir a primeira etapa do ensino é a de dever cumprido.
“Estou me sentindo muito feliz, porque sei o quanto foi difícil chegar até o final e obter este certificado. Em alguns momentos, eu até pensei em desistir, mas a dedicação dos meus professores, minha realidade e a força de vencer fizeram com que eu pensasse que iria valer a pena todo o esforço e passar por todas as dificuldades”, desabafou.
Outro caso de superação foi o do estudante Delion Herode, que veio do Haiti logo após o terremoto que aconteceu em 2010 no país. Ele disse que ao chegar ao Brasil sentiu enorme vontade de retomar os estudos.
“Antes do Projovem, não tinha perspectiva e nenhum caminho certo a seguir. Foi então que eu decidi voltar a estudar porque precisava me comunicar melhor com as pessoas daqui e conhecer mais sobre a língua materna do Brasil, que é onde decidir morar. Além disso, vi no projeto a possibilidade de fazer um Ensino Médio e depois um curso de nível superior”, declarou.
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