(Fotos: Ingrid Anne/Assessoria)
O Paço da Liberdade irá abrigar, a partir da próxima quinta-feira, 19, quatro exposições de grande valor artístico-cultural para a história da cidade. A solenidade de lançamento será realizada pela Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).
As exposições serão exibidas permanentemente no espaço e os visitantes terão oportunidade de conhecer todas as obras gratuitamente. A programação ocorre simultaneamente em diferentes ambientes, com a distribuição de livretos informativos sobre cada mostra.
“A Coleção Thiago de Mello” é o destaque do evento. O poeta amazonense doou à Prefeitura 30 obras de seu acervo particular, adquirido ao longo de sua vida. O acervo traz peças concebidas por artistas do Brasil, América Latina e Europa, especialmente no período da Ditadura Militar. Nomes como Roger Bru (Chile), Juan Miró (Catalúnia), Rubens Gershmam (Rio de Janeiro), Rita Loureiro, Bernadete Andrade e Manduka (Amazonas), entre outros, fazem parte da coleção doada pelo poeta.
De acordo com o diretor-presidente da Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula, esta é uma oportunidade de fomentar a circulação destas obras ao público.
“A possibilidade de preservar esse acervo tão valioso do poeta Thiago de Mello significa não deixar morrer o legado de cada um desses artistas que são ícones da cultura mundial, em um momento difícil como a ditadura. Além disso, a generosidade de Thiago nos ensina o que é o amor à arte e queremos mostrar isso à nossa cidade”, ressaltou Monteiro de Paula.
No mesmo dia, será lançada a “Pedra Fundamental da Pinacoteca Municipal” com 64 obras de artistas amazonenses.
Mesmo com nomes já conhecidos no segmento das artes visuais, como é o caso de Manausmacaco, Sérgio Cardoso, Jair Jackmont e Cristóvão Coutinho. A mostra conta também com trabalhos de novos talentos como Sávio Stocco, Nelson Falcão, Paulo Valente e do itacoatiarense Bráulio Menezes.
Para o coordenador cultural do Paço Municipal e curador das exposições, Óscar Ramos, a iniciativa da Prefeitura é um importante passo para a valorização e difusão das artes visuais e um prestígio ao trabalho realizado por estes artistas.
“O reconhecimento ao grande valor que esses nomes agregam à cultura de Manaus e do Amazonas é o que me faz acreditar que estamos no caminho certo”, considerou Óscar, que também é cineasta e diretor de arte.
Sala de vídeo-arte
Uma sala de vídeo-arte também será inaugurada com a série “Mater Dolorosa”, do artista visual Roberto Evangelista.
Premiado internacionalmente, Evangelista utiliza as águas do Rio Negro em arte abstrata onde figuras de origem natural mostram uma carga simbólica das vidas existentes nos ecossistemas da Amazônia.
A videoinstalação “Mater Dolorosa I” abre os trabalhos na sala de vídeo-arte no hall do Paço, com uma representação simbólica da devastação e degradação das formas de vida existentes no ecossistema. Segundo Óscar Ramos, a ideia é utilizar o espaço para expor trabalhos dos artistas locais, além de outros brasileiros e estrangeiros.
Já na exposição “Mater Dolorosa II”, o artista utiliza as águas do Rio Negro como suporte para sua arte abstrata, retratando o poder da natureza sobre o comportamento humano e contemplando a cultura indígena Amazônica.
A sala de vídeo-arte é uma iniciativa da do Município e busca proporcionar novas experiências no segmento das artes visuais e audiovisual. O diretor de cultura da Manauscult, José Augusto Cardoso, ressalta que este modelo é utilizado em outros países e chega a Manaus em um momento importante.
“Estamos trabalhando para deixar tudo pronto. Queremos tornar esta semana de atividades culturais em um momento inesquecível para todos os manauaras e aqueles amantes da arte”, comentou Cardoso.
