Manaus – Um relatório técnico com os impactos da cheia de Manaus foi envido para Brasília pela Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil. O documento foi enviado um dia após o prefeito Arthur Neto assinar o decreto de situação de emergência para a capital por 180 dias.
Pelo decreto, a prefeitura fica autorizada a desencadear o Plano Emergencial de Resposta aos Desastres, que envolve, entre outras ações, a possibilidade de arrecadação de recursos junto às comunidades e convocação de voluntários para o trabalho.
No documento enviado a Brasília, consta a previsão do Serviço Geológico do Brasil – CPRM de que Manaus poderá ter este ano, se atingir a cota de 29,62m, sua quarta maior cheia (menor apenas que as de 1953, 2009 e 2012). Em média, o rio Negro está subindo cinco centímetros por dia. Também são destacados no documento o trabalho preventivo da Prefeitura de Manaus com relação à cheia e a necessidade de intervenção do poder público em algumas áreas.
Mais de mil famílias de 24 comunidades na zona rural de Manaus já foram afetadas pela cheia dos rios. No Negro, entre as comunidades atingidas estão: Esperança do Rio Apuaú, Canaã do Aruaú, Nova Jerusalém, Canaã do Cuieiras, São Sebastião do Cuieiras, Pagodão, Vila Nova do Chita, Vista Bela do Jaraqui, Araras, Baixote e Lindo Amanhecer.
No Rio Amazonas, as águas afetam famílias da comunidade Nossa Senhora da Conceição do Jatuarana, União e Progresso, São Francisco do Tabocal, São Raimundo, Assentamento Nazaré, São Pedro, Bom Sucesso, Santa Rosa, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Canaã, Nossa Senhora do Carmo e Nova Cesaréa, onde três escolas tiveram as aulas transferidas para centros comunitários, e dois postos de saúde ganharão pisos suspensos para evitar que os atendimentos sejam paralisados.
Na zona urbana, famílias que moram na orla da cidade já estão com a água próxima as suas casas. A previsão é de que 16 bairros sejam afetados, alcançando cerca de três mil famílias.
O plano de contingência da Prefeitura de Manaus, contido no relatório, descreve as ações de levantamento e monitoramento que começaram em janeiro, destacando-se a construção de 32 pontes de madeira para minimizar o impacto da cheia em áreas que ficam alagadas e facilitar o acesso dos moradores e dos agentes da prefeitura.
“O decreto assinado pelo prefeito deixa de lado o entrave burocrático para ações que devem ser executadas pelas secretarias envolvidas com a cheia. A Defesa Civil fez o mapeamento das localidades que devem ser atingidas e vai facilitar as ações nas demais secretarias”, explicou o secretário da Casa Militar, Coronel Fernando.
Ações no Centro e zona Oeste
Em virtude da água acumulada em ruas do Centro, a Defesa Civil de Manaus, em parceria com as empresas Manaus Ambiental e Andrade Gutierrez, começou, na tarde desta quinta-feira, o processo de descontaminação.
Na sexta-feira, 22, a prefeitura vai dar início à terceira fase da operação SOS Enchente 2015, com o cadastramento das famílias afetadas pela cheia do Rio Negro. O atendimento vai começar às 9h no bairro São Jorge, zona Oeste, onde a previsão é de que cerca de 500 famílias sejam afetadas.
Amazonianarede-Semcom