O policial militar Dorval Junior Carneiro Matos, de 29 anos, foi preso nessa segunda-feira (20), na Zona Centro-Oeste de Manaus. A esposa do militar acionou a polícia e disse que foi agredida e ameaçada. Uma arma de fogo com numeração raspada foi encontrada com ele, que já responde por outros crimes na justiça. O PM é acusado de integrar um grupo de extermínio que cometeu uma série de assassinatos na capital. O grupo teria matado mais de 30 pessoas durante um fim de semana de julho de 2015.
Segundo a Polícia Civil, a nova prisão do PM ocorreu, por volta das 8h, no Conjunto Nova Jerusalém, na primeira etapa do bairro Dom Pedro. De acordo com o Boletim de Ocorrência, os policiais militares lotados na 10ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) foram acionados via rádio.
Na ocasião, foi constatado que o suspeito se tratava de um policial militar de 29 anos, que cumpre pena no regime semiaberto e utiliza tornozeleira eletrônica. A esposa informou que estava sendo agredida e ameaçada por ele. Durante revista, foi apreendido um revólver de marca Taurus calibre 380 com numeração raspada e 18 munições intactas.
O militar foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e violência contra mulher no determina a Lei Maria da Penha. Dorval Matos foi levado para o 10° Distrito Integrado de Polícia (DIP). O caso foi transferido para o Batalhão de Guarda da Polícia Militar.
O G1 não conseguiu contato com a defesa do acusado.
Assassinatos
Durval Junior Matos foi um dos 12 policiais militares presos em novembro de 2015 durante operação “Alcateia”, que foi deflagrada pela Polícia Federal no Amazonas (PF-AM), a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) e o Ministério Público do Amazonas (MP-AM). O grupo foi apontado como responsável pela chacina que vitimou 36 pessoas no mês de julho, em Manaus. Nas investigações, foram identificados 12 policiais militares suspeitos de envolvimento com a atividade de extermínio, além de 3 cidadãos civis associados ao grupo.
Em junho de 2017, o juiz da 3ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus julgou procedente o pedido do Ministério Público Estadual e proferiu sentença de pronúncia contra dez réus, dentre eles Dorval Matos.
O caso é uma dos mais complexos que já passou pelo Juízo da 3ª Vara do Tribunal do Júri e, devido ao grande número de réus – eram 21 acusados, porém, dez foram pronunciados inicialmente -, houve o desmembramento do processo principal para facilitar a realização das audiências e a conclusão dos procedimentos judiciais. Esses dez foram pronunciados em cinco processos, com 13 vítimas, originados após a deflagração da operação “Alcateia”.
AMAZÔNIANAREDE-G1