PGR inclui e-mails de Marcelo Odebrecht em inquérito que investiga Renan Juca e Renan Filho por corrupção

PGR inclui e-mails de Marcelo Odebrecht em inquérito que investiga Renan Juca e Renan Filho por corrupção
PGR inclui e-mails de Marcelo Odebrecht em inquérito que investiga Renan Juca e Renan Filho por corrupção

Para Procuradoria, informações mostram ‘atuação concertada’ do senador de Alagoas e de Jucá para beneficiar empreiteira. Senadores negam ter atuado para beneficiar Odebrecht.

 Brasilia – A Procuradoria Geral da República (PGR) incluiu nesta semana novos e-mails de Marcelo Odebrecht no inquérito que investiga o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o filho dele, o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), por corrupção e lavagem de dinheiro.

Para a PGR, as informações contidas nos e-mails mostram “atuação concertada” de Renan e de Romero Jucá (MDB-RR) para beneficiar a empreiteira.

Em nota, Renan Calheiros disse que “e-mail nenhum vai me puxar para baixaria no processo legislativo. A chance de eu ter me contaminando com essa roubalheira é zero”.

“Criei o óbice temático para tirar das medidas provisórias todos os jabutis, sob o testemunho dos senadores. Fiz a minha parte. Nove investigações já foram arquivadas pelo STF. As demais também serão por absoluta falta de provas”, diz a nota do senador.

Também por meio de nota, a assessoria de Romero Jucá afirmou que considera “lamentável” a inclusão dos e-mails no inquérito.

“É lamentável que esteja sendo anexado como prova de inquérito um e-mail entre duas pessoas de uma mesma empresa que fala sobre um suposto favorecimento financeiro de uma emenda que foi vetada”, diz a nota.

O inquérito foi aberto em abril do ano passado, após a delação de ex-executivos da Odebrecht. Segundo os delatores, a empreiteira realizou doações oficiais para a campanha de Renan Filho após discutir com o senador uma atuação favorável aos interesses da empresa no Senado.

 Delação

Quando o inquérito foi aberto, foram incluindos e-mails entregues pelo ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho, que atuava no Congresso em defesa dos interesses da empreiteira.

Na delação, ele afirmou que Renan tentou beneficiar a empresa incluindo em medidas provisórias a prorrogação de contratos de concessão de energia que beneficiavam plantas de fábricas em estados do Nordeste até 2015.

O pedido de doações teria acontecido em 2014 e, em 2015, houve a renovação dos contratos até 2037.

 Os e-mails

Em abril e em setembro deste ano, Marcelo Odebrecht entregou à PGR novos e-mails. Em um e-mail, de 11 de dezembro de 2012, Cláudio Melo Filho relata a Marcelo e a Carlos Fadigas (então presidente da Braskem, do grupo Odebrecht) uma reunião com o parlamentar em que uma primeira tentativa de prorrogação dos contratos foi acordada.

“Ontem me reuni com Sen Renan, que incluiu uma emenda de relator e permitiu que Chesf fosse beneficiada até 2015. Vamos tentar ainda incluir possibilidade de renovação nas mesmas bases. Contudo já foi uma vitória!”, diz o e-mail.

Para a PGR, a mensagem demonstra “a estreita relação do Senador Renan Calheiros com o tema de interesse do Grupo Odebrecht envolvendo os contratos de energia com a Chesf”.

Renan Filho, governador de Alagoas

A prorrogação acabou não ocorrendo, mas os esforços da empresa pela renovação continuaram. Em e-mail de outubro de 2014, Marcelo Odebrecht diz que “JW e Renan hoje têm força suficiente para, se quiserem, conseguirem resolver o tema da energia Chesf.” JW seria o governador da Bahia à época, Jaques Wagner.

Na ocasião, tramitava no Congresso a MP 656/2014. No começo de outubro, a emenda 47 havia sido apresentada pelo senador Romero Jucá (MDB-RR) para incluir no texto a renovação dos contratos. Ela acabou vetada novamente, e o veto quase foi derrubado pelo Congresso em janeiro de 2015 – os e-mails mostram que os executivos da Odebrecht acompanharam pela televisão a votação.

Para a procuradora-geral, Raquel Dodge, a apresentação de uma emenda sobre o tema por Jucá era parte das negociações. O senador de Roraima apresentou oito emendas iguais em medidas provisórias enviadas ao Congresso entre junho de 2014 e maio de 2015. Todas previam a renovação pretendida pela Odebrecht.

Dodge cita os delatores para afirmar que “haveria uma atuação concertada entre Renan Calheiros e Romero Jucá nesse assunto, tendo Renan endereçado o caso para ser intermediado por Romero.”

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