PF prende suspeitos de fraude na Marinha no Amazonas

Sede da Superintendência da Policia Federal, Amazonas
Sede da Superintendência da Policia Federal, Amazonas
Sede da Superintendência da Policia Federal, Amazonas

Amazonas – A Polícia Federal (PF) prendeu 19 pessoas durante a operação “Inocentes”, deflagrada na manhã desta terça-feira (12). Segundo o órgão, 18 mandados de prisão foram cumpridos no Amazonas e um no Rio de Janeiro.

As investigações apontam que os presos integravam uma quadrilha suspeita de fraudar Cardenetas de Inscrição e Registro (CIR), documento emitido pela Marinha que regulamenta a atuação de aquaviários que transportam pessoas em embarcações nos rios da Amazônia. Entres os presos estão oito militares, além de servidores públicos e despachantes.

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça, na sede da PF em Manaus, a Polícia Federal informou que as investigações tiveram início há sete meses, a partir de denúncias da Marinha. Por meio de relatórios, a instituição militar comunicou a PF que havia apreendido 43 Cardenetas de Inscrição e Registro falsificadas durante abordagens a embarcações.

De acordo com o superintendente da PF no Amazonas, delegado Marcelo Resende, a Polícia Federal cruzou as informações repassadas pela Marinha com dados de inquéritos instaurados desde 2011. “Só a partir de determinado momento, em 2014, quando a apuração estava mais madura, foi possível apontar a existência de um grupo criminoso articulado com funções distintas entre cada integrante”, informou Resende.

Desde o início das investigações, a Polícia Federal, localizou mais de cem inquéritos relacionados a fraudes na emissão de documentos destinados à navegação no Amazonas. Atualmente, 68 desse total de inquéritos ainda tramita no órgão. “Muitas das pessoas presas nesta terça já eram alvos de inquéritos isolados instaurados pela Polícia Federal”, disse o superintendente.

Fraudes
Oito documentos de embarcações foram apreendidos durante as investigações da PF. Conforme o delegado federal Marcelo Maceiras, responsável pela operação, a maior parte dos integrantes da quadrilha era formada por despachantes, pessoas responsáveis por agilizar a emissão de documentos junto à Marinha.

A quadrilha falsificava a categoria e a qualificação dos profissionais aquaviários. Em alguns casos, segundo a PF, o grupo emitia até certificado de conclusão de Ensino Médio. Conforme as investigações, muitos aquaviários podem estar exercendo a profissão ilegalmente, já que a quadrilha era formada por pessoas que também atuavam nas fiscalizações às embarcações.

De acordo com a Polícia Federal, o grupo cobrava entre R$ 600 e R$ 1.200 pelos documentos. “Cheguei a entrevistar pessoas analfabetas. As carteiras falsas podem ser identificadas facilmente na Capitania. Isso nos levou a verificar, durante as investigações, que havia um esquema de corrupção desde os despachantes até a fiscalização. É um grupo reduzido de militares, se consideramos o número de militares existentes na Marinha”, afirmou Maceiras.

A PF acredita que o aliciamento era feito de pessoa para pessoa. A quadrilha chegava a promover um curso – não previsto na legislação – para que o aquaviário pudesse mudar de categoria. “Há militares, despachantes e proprietários de embarcações”, disse o delegado Marceiras. Prisões
Nesta terça, os policiais federais realizaram busca e apreensão em sete locais. Dos 18 mandados de prisão cumpridos no Amazonas, 17 foram em Manaus e um foi na cidade de Itacoatiara, a km da capital.

Entre os 19 presos pela operação, há duas mulheres e oito militares, sendo que um militar foi preso no Rio de Janeiro. Segundo a PF, ele estava lotado no Amazonas. A polícia cumpriu ainda mandados de condução coercitiva – quando o suspeito é levado para prestar depoimento, inclusive no Estado do Pará.

Os militares presos serão encaminhados à Marinha, que é responsável pelo julgamento e punição do grupo. Já os civis, devem ser levados para o sistema prisional do Amazonas.

A ação foi desenvolvida em Manaus e no rio
A ação foi desenvolvida em Manaus e no rio

A quadrilha deve responder pelos crimes de falsificação e uso de documento público, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, tráfico de influência e organização criminosa. Um dos presos também vai responder por porte ilegal de arma de fogo.

As investigações devem continuar, porque existe a possibilidade de mais pessoas estarem envolvidas no esquema.

Amqazonianarede- Polícia federal-TVAM

 

 

 

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