Pesquisas no Centro de Biotecnologia da Amazônia ameaçadas

Trabalhos de pesquisas no CBA dependem da renovação de convênio
Trabalhos de pesquisas no CBA dependem da renovação de convênio
Trabalhos de pesquisas no CBA dependem da renovação de convênio

Amazonas – O convênio que garante a manutenção do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) se encerra nesta quarta-feira (10). Sem a renovação ou assinatura de um novo contrato, cientistas alegam que projetos serão perdidos. Eles lamentam o futuro incerto e temem prejuízos ao patrimônio científico na região.

A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) é responsável pela execução e administração do CBA. Um convênio com a Fundação de Defesa da Biosfera (FDB) – antiga Fundação Djalma Batista -, destinado à manutenção do centro, encerra nesta quarta-feira (10).

Segundo pesquisadores, ficou definido em uma reunião na noite desta terça-feira (9) que a superintendência vai até Brasília pleitear a realização de um novo convênio com outra instituição.

Novo convênio

De acordo com o pesquisador Flávio Ferrreira, um novo convênio depende de um prazo de 30 dias para chamada pública. Depois disso, são necessários mais 30 dias para seleção e contratação do novo convênio pela Suframa. Durante esses dois meses, o CBA deve permanecer de portas fechadas.

“Na reunião, o que deixaram bem claro para nós é que, a partir de quinta-feira (11), a gente já está desligado e que não houve possibilidade de renovação com esse convênio atual”, disse.

Ainda segundo Flávio, várias pesquisas desenvolvidas em mais de 20 laboratórios correm o risco de serem perdidas. “O grande problema é que tudo que tem lá é material biológico de origem microbiana – fungos, leveduras, parte de vegetal, animal – única parte que vai ficar funcionando no centro, mas por conta própria, é o pessoal do biotério, que é o centro de farmacologia. Por questão de ética eles vão funcionar até o dia 30, para poder usar todos os animais que estão lá nos experimentos, para não abandonar e os animais morrerem de fome”, afirma.

A reportagem fez contato com a assessoria de imprensa da Suframa, mas recebeu a informação por telefone que – por conta da greve de servidores da instituição – não havia ninguém no setor para envio de respostas. A reportagem aguarda o posicionamento da superintendência.

Pesquisadores lamentam Para Flávio Ferreira, o fechamento do centro compromete a possibilidade de serem realizadas ações que aliem desenvolvimento sustentável e a produção de  indústrias na Amazônia.

“Eu acho que nunca teve um projeto tão realista quando se fala de desenvolvimento sustentável. Nunca teve um projeto tão pautado na questão de aproveitamento da biodiversidade amazônica. O CBA desenvolve produtos e processos oriundos da nossa biodiversidade”, avalia.

Segundo Dácio Mendonça, pesquisador do CBA, o centro pode representar uma matriz econômica para o estado. “Esse projeto é uma alternativa da matriz econômica, porque hoje em dia nós só temos o Polo Industrial de Manaus. A gente quer alavancar o polo de bioindústrias, biofarma, biocosméticos, explorando os recursos amazônicos que poderiam estar beneficiando a população”, completou.

Os cientistas acreditam que é preciso mudar a natureza jurídica do CBA.  “A partir de 2010, o CBA começou a decair. Ele foi criado para formação da inovação tecnológica a partir de produtos e processos vindos da biodiversidade amazônica. Isso deveria atender a indústria do estado e de toda a região amazônica com cosméticos, fármacos, outros tipos de alimento, toda essa cadeia. Oficialmente o CBA não existe, porque não tem o CNPJ”, comentou a pesquisadora Arlena Gato.

Instituição O Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) está instalado em uma área de 12 mil m², no Distrito Industrial da capital. Durante os 13 anos de funcionamento, o local já chegou a abrigar cerca de 200 pesquisadores. Atualmente, as dificuldades no centro diminuíram este número para 48 cientistas.

Amazonianarede-Rede Amazonica

 

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