(Por: Paula Vieira)
Barcelos, AM – A implantação da Indicação Geográfica (IG) de peixes ornamentais (Selo Verde), foi discutida em reunião no mês de janeiro, por representantes da Unidade Local do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas-IDAM em Barcelos, Secretaria de Produção Rural – Sepror/Sepa, Prefeitura, Cooperativa de Pescadores e Pescadoras Artesanais de Peixe Ornamental- Ornapesca e importadores estrangeiros.
O objetivo é colocar no mercado um peixe ornamental diferenciado dos que são pescados e reproduzidos em outros países. A atividade já desenvolvida em igarapés do alto Rio Negro no Amazonas recebe apoio financeiro do Projeto Piaba.
De acordo com a gerente da Unidade Local do IDAM em Barcelos, Gilciane Plácido, a ideia é capturar e manejar o pescado de forma a não agredir o meio ambiente, levando em consideração o apelo cultural e social tendo em vista que os responsáveis pela captura são pescadores/piabeiros há quase 60 anos. Segundo ela, a implantação da Indicação Geográfica já tramita em Brasília no Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), aguardando apenas os últimos ajustes na documentação.
Para início foram selecionados quatro piabeiros que participarão do projeto piloto. Todos serão capacitados pelo IDAM e Sepror a partir de março, onde receberão orientações técnicas quanto ao manejo, captura e pós-captura do peixe ornamental, buscando atender a demanda dos importadores visando à qualidade e um preço mais justo. Esses piabeiros seguirão protocolos definidos por meio de consultas realizadas ao longo de três anos entre exportadores, importadores, pesquisadores e próprios pescadores/piabeiros.
A cooperativa já comercializava a produção no município. O milheiro do cardinal é vendido a R$ 15 reais. Conforme Gilciane, com as exportações a estimativa é que o milheiro do cardinal seja comercializado a R$ 40 reais para outros países como os Estados Unidos e Canadá. Para isso, é necessário que o produto tenha garantia e apresente qualidade quando chegar ao consumidor final.
“O Sistema Sepror tem como prioridade prestar apoio técnico junto a Ornapesca e seus cooperados para que a atividade de pesca ornamental garanta produtos de qualidade, assegurando postos de trabalho e melhores condições de vida aos piabeiros”, finalizou Gilciane.
Atividade – A captura do peixe ornamental é feita dentro de igarapés utilizando pequenas redes teladas. Para serem capturados os peixes devem alcançar a maturidade para que a sustentabilidade desta atividade não fique comprometida. O principal peixe ornamental utilizado no projeto é o cardinal devido a maior aceitabilidade dos compradores. Seu tamanho máximo chega a atingir 3,5 centímetros. A maioria das espécies de peixes ornamentais vive em cardume, o que facilita a captura.
