Parlamentares do AM citados em lista da Odebrecht

Vanessa e Arthur Bisneto aparecem na lista que foi colocado sob sigilo pelo juiz Sérgio Moro
Vanessa e Arthur Bisneto aparecem na lista que foi colocado sob sigilo pelo juiz Sérgio Moro
Vanessa e Arthur Bisneto aparecem na lista que foi colocada sob sigilo pelo juiz Sérgio Moro

MANAUS, AM – O deputado federal Arthur Bisneto (PSDB) e a senadora Vanessa Grazziotin (PC do B) aparecem em uma lista que inclui mais de 200 políticos do País que receberam dinheiro da construtora Odebrecht, que assinou acordo de delação premiada no âmbito da operação Lava-Jato. Ambos negam qualquer irregularidade.  A lista estava em posse de Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht, e foi apreendida durante a Lava-Jato.

A lista não deixa claro se são doações legais, seguindo as normas eleitorais de doações de campanha, ou se tratam-se de propinas. As planilhas com os nomes de mais de 200 políticos foram divulgadas em primeira mão pelo jornalista Fernando Rodrigues, do portal Uol.

Em nota, Arthur Bisneto informou, que a doação recebida por ele foi legal e declarada na prestação de contas de sua campanha de 2014. Ele aparece citado uma vez na lista, ao lado de um valor especificado como “500,00”.  “Recebi o valor de R$ 500 mil, via PSDB nacional, como doação da Usina Conquista do Pontal, que é uma empresa da Odebrecht Agroindustrial, para minha campanha eleitoral em 2014. O valor é o mesmo constante na planilha divulgada pelo juiz Sérgio Moro, comprovando a lisura com que sempre tratei a Justiça Eleitoral e o respeito pela população do meu estado”, afirma ele, na nota. “Essa doação está declarada na prestação de contas de campanha, registrada e publicada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), para consulta pública. Uma doação regular de campanha com todos os trâmites burocráticos declarados”, concluiu o deputado.

A senadora Vanessa Grazziotin também se manifestou por meio de nota e disse ter ficado surpresa com o nome dela aparecendo na lista. Vanessa é citada duas vezes, ao lado de valores que, somados, chegam a R$ 5 milhões, segundo as planilhas. “Todos os recursos que recebi nas campanhas eleitorais que participei foram legais, registrados e todas as prestações de contas foram analisadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral. Estranhei o aparecimento de meu nome numa lista que não sei como surgiu”, declarou Vanessa.

Nas últimas eleições disputadas pela senadora – para o Senado em 2010 e para a prefeitura em 2012 – , não há qualquer doação registrada em nome da Odebrecht. O maior montante doado à senadora partiu da

Direção Nacional do partido, com R$ 3,7 milhões para a campanha de 2012, na qual saiu derrotada na disputa pela Prefeitura de Manaus.

Sigilo declarado

Após o vazamento da lista, o juiz federal Sérgio Moro declarou sigilo das informações contidas nas planilhas.  “Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos”, argumenta o juiz.

Moro decidiu colocar a planilha, apreendida na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, executivo da empreiteira, por citar políticos que tem foro por prerrogativa de função e só podem ser processados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço sigilo neste feito e determino a intimação do MPF para se manifestar, com urgência, quanto à eventual remessa ao Egrégio Supremo Tribunal Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado”, decidiu Moro.

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