Otávio Azevedo revela que Braga e Omar receberam propina por obra da Arena

Eduardo Braga diz que não fez pagamentos da obra e Omar Aziz se disse surpre
Eduardo Braga diz que não fez pagamentos da obra e  Omar Aziz se disse surpre
Eduardo Braga diz que não fez pagamentos da obra e Omar Aziz se disse surpresa

MANAUS, AM – O ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez Otávio Azevedo revelou, segundo reportagem da revista Veja, em delação premiadas no âmbito da operação Lava Jato, ter pago propina aos ex-governadores do Amazonas Omar Aziz e Eduardo Braga, para conseguir a obra de construção da  Arena da Amazônia, em Manaus.

A obra foi licitada no governo de Braga e realizada e paga no governo de Omar. Os pagamentos, com os aditivos, que elevaram o valor de R$ 499,5 milhões para R$ 759,2 milhões foram realizados no governo de Omar, que entregou a obra em 2014, com um valor de R$ 259 milhões de diferença.

O senador Omar Aziz negou que tenha aumentado o valor da obra da Arena da Amazônia e se disse surpreso com a citação de seu nome na delação do ex-presidente da Andrade Gutierrez. “Eu até reduzi o valor da obra, a Arena da Amazônia foi a mais barata. Eu tenho que ver primeiro o que está acontecendo para poder me defender. Eu estou surpreso”, disse o senador.

Em nota, o ministro Eduardo Braga afirmou  que ele não fez, como governador, qualquer pagamento para a Andrade Gutierrez. Apenas aprovou a construção do estádio e, logo depois, deixou o governo.  “Portanto foi com indignação e surpresa que vi meu nome citado”, diz a nota. “Confio em Deus e na Justiça para que a verdade prevaleça”, ressaltou.

Em junho de 2013, o então coordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP Copa) no governo de Aziz, Miguel Capobiango, informou um aditivo de R$ 54,4 milhões na obra da Arena, que  seria assumido pelo Governo do Amazonas como contrapartida do próprio Estado. “Não vai entrar no financiamento com o BNDES”, afirmou Capobiango. Com o aditivo de R$ 54,4 milhões, subia para R$ 100 milhões a contrapartida do Estado na obra. Os R$ 505 milhões restantes foram  de financiamentos junto ao BNDES (R$ 400 milhões) e Caixa Econômica Federal (R$ 105 milhões)”.

O delator Otávio Azevedo está preso, desde fevereiro deste ano, acusado de envolvimento nos escândalos de corrupção e desvios de verba da Petrobras. De acordo com a reportagem, o senador Omar Aziz e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, fazem parte de uma lista feita pelo empreiteiro que inclui outros três ex-governadores, que, segundo Azevedo, “embolsaram comissões para favorecer a empreiteira na construção das arenas e na realização de outras obras ligadas à Copa”. A reportagem não cita o valor da ‘comissão’ que Azevedo diz ter pago. Os outros ex-govenadores citados na lista são Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (hoje no DEM), ambos do Distrito Federal, e Sérgio Cabral (PMDB).

A empresa Andrade Gutierrez ganhou a licitação para a Arena da Amazônia em março de 2010, quando o governador do Estado era Braga. Na época, a proposta da empresa apresentava um valor inicial de R$ 499,5 milhões, mais barato que o do concorrente, a Odebrecht, que orçou a obra em R$ 504,7 milhões.

Além de Braga e Omar, os outros ex-govenadores citados na lista de Azevedo são Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (hoje no DEM), ambos do Distrito Federal, e Sérgio Cabral (PMDB), que governava o Rio de Janeiro.

Coordenador de UGP disse que Omar aprovou aditivo

Em junho de 2013, o então coordenador da Unidade Gestora do Projeto Copa (UGP Copa) no governo de Omar Aziz, Miguel Capobiango, informou que um primeiro aditivo de R$ 54,4 milhões na obra da Arena da Amazônia seria assumido pelo Governo do Amazonas como contrapartida do próprio Estado.

De acordo com informações do Sistema Integrado de Controle e Gestão de Obras Públicas do Amazonas, dois aditivos ao valor da obra: um de R$ 124,3 milhões e outro de R$ 135 milhões, ao longo do governo de Omar Aziz. Capobiango disse que para concluir as arquibancadas do estádio no prazo (maio desse ano) foi preciso acelerar o cronograma de trabalho para permitir serviços mesmo durante o período chuvoso. Para isso, foi necessário trabalhar com estruturas de concreto pré-moldadas. Segundo o então coordenador da UGP Copa, a mudança de engenharia tornou a obra mais cara. “Aumentou bastante o volume de concreto”, disse Capobiango.

Segundo ele, após a Andrade Gutierrez apresentar o novo cronograma ao Ggverno do Estado, Aziz mandou a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) pedir a aprovação do aditivo ao Tribunal de Contas da União (TCU). Também disse que, até aquele momento, não havia sinal de que  haveria outros aditivos à obra. Em  mais de uma ocasião, Aziz  declarou que não pagaria um centavo a mais à Andrade Gutierrez pela obra da Arena da Amazonia. “Inicialmente, o governador Omar Aziz disse que não teria aditivo no valor, a não ser que tivesse autorização do TCU, o que aconteceu agora. A construtora  enviou a solicitação para a Seinfra, que pediu a aprovação do TCU”, disse Capobiango,  em uma  reportagem publicada no  ‘Globo.com’.

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