Na estreia da Argentina contra a Bósnia, Messi tem missão de mudar histórico em copas

15-06messiRio – Assim como Maradona, Messi jamais marcou pela seleção argentina em solo brasileiro. Em 2014, o craque tenta melhorar a pífia marca de apenas um gol em duas copas.
Diego Armando Maradona pode ver o sucessor, Lionel Messi, realizar um sonho que nem ele — o D10S do futebol argentino — conseguiu quando era o maestro da seleção platina. Frustrado por jamais ter feito gol em sete exibições em solo brasileiro com a camisa alviceleste, o protagonista do título de 1986 espera que o ex-melhor do mundo o vingue do travessão do Maracanã diante da Bósnia e Herzegóvina, hoje, às 19h, na estreia dos bicampeões no Grupo F da Copa do Mundo.

Na Copa América de 1989, Maradona quase marcou o famoso gol que Pelé tentou no Mundial de 1970. O camisa 10 arriscou um chute do meio de campo, e a bola caprichosamente explodiu no travessão do goleiro Zeoli, do Uruguai. Revoltado, o craque se agachou e usou as duas mãos em murros no gramado. Foi a última exibição de Maradona no Brasil pela Argentina.

Para vingar D10S, Messi também precisa quebrar tabus pessoais. Em 2008, passou em branco na única apresentação no Brasil — 0 x 0, em Belo Horizonte. O astro disputou a Copa do Mundo em 2006 e em 2010. Em oito partidas, balançou a rede apenas uma vez, justamente em duelo contra uma ex-república iugoslava, a Sérvia. Na África do Sul, Messi passou longe das redes. Embora tenha sido eleito quatro vezes o melhor jogador do planeta, o atleta do Barcelona tem um retrospecto inferior ao de Neymar, companheiro dele no clube catalão e estreante em mundiais. Em uma exibição, o atacante brasileiro marcou duas vezes.

Tal como Neymar, Lionel Messi começará a Copa de 2014 com uma sobrecarga nas costas. O dono da camisa 10 da Argentina não faz gol há três mundiais. Os últimos foram de Ortega, em 1998, diante da Jamaica, na França. Desde então, o mesmo Ortega (2002), Riquelme (2006) e Messi (2010) não conseguiram quebrar o tabu. A maldição só não incomoda mais do que os 28 anos sem títulos mundiais — o último foi em 1986. Depois que Maradona ergueu o Mundial, a Argentina faturou apenas a Copa América de 1993, no Equador. Há três anos, foi eliminado em casa pelo Uruguai nas quartas de final do torneio continental.

Variações táticas

Na pré-temporada, o técnico Alejandro Sabella ensaiou diferentes maneiras de fazer o time jogar por Messi e para Messi. Defensivamente, a solução encontrada é 5-3-2, uma forma de proteger o setor mais vulnerável do elenco. Com a bola nos pés, a ideia é posicionar a Argentina em um esquema semelhante ao usado pela Holanda nos 5 x 1 diante da Espanha, o 3-4-1-2, com Messi e Di María se revezando no papel de enganche (meia de ligação), com um deles se aproximando de Agüero.

Na chegada ao Rio, o zagueiro Fernández admitiu que a configuração tática é uma armadilha para a Bósnia e Herzegóvina. “É uma linha de cinco mentirosa. Quando nós temos a posse de bola, os laterais são atacantes, mas não há nada definido, são apenas algumas variações testadas pelo Alejandro Sabella”, comentou o xerife.

A maior preocupação da Argentina é o centroavante Dzeko, parceiro de Agüero no Manchester City. “Ele é um jogador excelente com a bola aérea. Nós precisamos estar atentos com os cruzamentos para ele. Por isso, temos de congestionar a nossa defesa e evitar que a bola chegue a ele”, prega Fernández.

Sem marcação especial

O técnico Safet Susic jura que Lionel Messi não terá um marcador específico na partida de hoje no Maracanã. “O Messi desaparece do jogo às vezes. Não vejo motivo para sacrificar um jogador, até porque ele tem liberdade para se movimentar. Cada vez que Messi tocar na bola, haverá alguém próximo dele. Jamais disputamos uma partida com marcação pessoal, e não será desta vez que faremos isso”, avisou o treinador.

FICHA TÉCNICA

Argentina x Bósnia
Às 19h, no Maracanã (Rio de Janeiro)

Argentina (5-3-2)

Romero; Zabaleta, Campagnaro, Fernández, Garay e Rojo; Mascherano, Maxi Rodríguez e Di María; Messi e Agüero
Técnico: Alejandro Sabella

Bósnia-Herzegóvina (4-4-2)

Begovic; Vrsajevic, Bicakcic, Spahic e Salihovic; Pjanic, Misimovic, Lulic e Medunjanin; Ibisevic e Dzeko
Técnico: Safet Susic

Árbitro: Joel Aguilar (El Salvador)
Assistentes: William Torres e Juan Zumba

Por: Correio Web

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