Amazonas – Demonstrando muita tranquilidade respondendo sem fazer mistérios as perguntas, o governador do Amazonas, José Melo (PROS), fez nesta quinta-feira (29) um balanço sobre a administração estadual em 2016, em entrevista à Rede Amazônica. Ele afirmou que fará mudanças no policiamento na capital e anunciou a entrega de um hospital na Zona Norte em fevereiro do próximo ano. Melo, que foi cassado em janeiro deste ano e permanece no cargo após recurso, diz que está tranquilo em relação ao julgamento da ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.
O governador avaliou como positivo o ano de 2016 para a administração, apesar dos reflexos da crise econômica. Ele destacou o esforço fiscal para controlar as finanças públicas e, com isso, cumprir com pagamentos de dívidas. Ele diz que as contas estão em dia.
“Um ano difícil, mas também de muitas gratificações, porque foi um ano de muita superação e conseguimos superar muitos obstáculos e acabamos chegando ao final do ano podendo ser um dos três estados brasileiros mais equilibrados do ponto de vista fiscal, pagando as suas contas e podendo anunciar investimentos para o próximo ano”, disse.
Melo também falou sobre áreas como saúde e segurança pública e pagamentos de terceirizados. Para a saúde, segundo ele, a expectativa de melhoria está em torno da entrega à população de um hospital na Zona Norte de Manaus, anunciada para o mês de fevereiro. O governador disse que a unidade tem 11 mil leitos.
Saúde
Questionado sobre os escândalos envolvendo desvio de verbas do Sistema de Público de Saúde (SUS) em empresas contratadas pelo Governo, Melo disse que houve impactos em quatro unidades na capital e interior do estado, especialmente no pagamento de servidores. Ele disse, no entanto, que o sistema vem dando sinais de melhoras.
“Conseguimos arranjar um mecanismo legal do próprio estado fazer esse pagamento. Estamos, todo mês, pagando esses funcionários que ainda pertencem ao quadro daquelas empresas que estão envolvidas na operação Maus Caminhos”, pontuou.
Ainda na saúde, o governador falou sobre o reordenamento no sistema, anunciado como medida para conter gastos, mas suspenso a pedido do Ministério Público. Melo afirmou que houve “confusão” nas informações sobre fechamentos de unidades.
“O que mais se falou foi em ‘vamos fechar unidades de saúde’. Veja que nós não fechamos unidades de saúde, na verdade, houve uma série de equívocos. Nós queríamos arrumar a saúde. Então, estamos fazendo isso todo dia. Por exemplo, estamos com 86% de estoque de medicamentos. Eu entro o próximo ano com estoque de medicamento para três meses”, afirmou.
Segurança
Sobre segurança pública, ele disse que no ano que vem vai implementar policiamento “mais próximo da população”. Segundo ele, o projeto já está em teste. Ele disse também que o governo deve intensificar o combate ao tráfico de drogas realizado pela Secretaria de Segurança Pública (SPP).
“Tive uma reunião na semana passada com todos os comandantes da Policia Militar. Eu quero a Polícia Militar nas ruas, presente. O Ronda no Bairro prestou importante trabalho no tempo certo. Porém, se viu que no período em que o Ronda no Bairro estava lá, não se apreendeu 200t de drogas, mas o Ronda no Bairro cumpriu o seu papel de uma polícia que todo mundo via. Agora, nós vamos continuar esse trabalho que está sendo feito em relação ao tráfico de drogas, mas vamos colocar viaturas mais presentes para que volte aquela chamada sensação de segurança. Hoje, já estamos com um experimento disso. Hoje de madrugada, da minha casa para cá, vi cinco viaturas. Isso faz parte dessa nova orientação de policiamento mais ostensivo”, declarou.
Sistema prisional
Questionado sobre o sistema prisional, que enfrenta déficit de vagas e sequencias de fugas, o governador afirmou está em tramitação a liberação de recursos para a construção de novas unidades em Manacapuru e Itacoatiara, que devem ser unidades polos. A entrega deve ocorrer em 2017, segundo ele. Melo disse ainda que vai construir uma unidade agrícola que deve segregar presos por crimes na capital.
Cassação
Cassado em janeiro deste ano por suspeita de compra de votos, Melo afirmou que enfrenta o processo com tranquilidade. “Finalmente foi esclarecido tudo o que tem dentro daquele processo. Me cassaram por compra de voto, quando a única testemunha que tem no processo, que é um rapaz chamado Jairo, da Polícia federal, quando perguntado para ele se ele viu compra de votos, a resposta dele foi: não, eu não posso dizer que vi compra de votos. O que eu vi foi uma reunião estranha. O processo tem muitos equívocos”, disse. “Estou em paz, muito tranquilo. A gente governou o ano passado com todos esses problemas, mas focado no estado. Tive um desgaste político muito grande”, acrescentou.
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