É cada dia maior o número de motocicletas trafegando nas ruas de Manaus e com isso o trânsito fica muito mais perigoso, pela imprudência praticada pelos pilotos de duas rodas, dirigindo em zig-zagues e colocando em risco diariamente centenas de pessoas passageiras de veículos ou mesmo pedestres.
O pior dessa história, é que segundo fontes do Departamento Estadual de Trânsito, com base nas blitzen realizadas, quase a metade dos mototaxistas abordados não possui a Carteira Nacional de Habilitação para a condução desse tipo de veículo.
98% no PIM
A Zona Franca de Manaus abriga 98% das fábricas de motocicletas fabricadas no país e, neste ano, passou a contar com mais duas empresas no segmento, a BMW e a Triumph. Com grande representatividade para o setor Duas Rodas, a região também apresentou crescimento em sua frota circulante.
De acordo com levantamento da Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, até outubro, apenas em Manaus, o número de motocicletas cresceu 11% de 2011 para 2012, passando de 106,2 mil para 117,5 mil. Há 10 anos, a frota local era de apenas 27,5 mil unidades.
“Mesmo com as dificuldades enfrentadas pelo segmento em 2012, com queda de 21% nas vendas nacionais, de janeiro a novembro, nota-se um aumento significativo na frota local.
15 por habitantes
De acordo com dados fornecidos pela Abraciclo, os índices mostram o quanto à região é importante para o crescimento do setor. “Em 2002, a relação era de 54 habitantes por motocicleta e hoje é de 15 habitantes por motocicleta”, comenta Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. No acumulado do ano, os licenciamentos em Manaus apresentaram crescimento de 4%, de 12.197 unidades para 12.706.
Os dados ainda apontam que, na Região Norte, a evolução da frota foi de 10,6%, entre 2011 e 2012, somando 1.641,9 mil contra 1.483,9 mil. Nos últimos 10 anos, a frota regional aumentou 384% – em 2002, havia 339,3 mil motocicletas nas ruas. O Amazonas representa 12% deste total, com 196,9 mil, e também registrou incremento na faixa dos 10,5%, sobre 178,2 mil motocicletas de 2011.
Empregos no PIM
O setor de Duas Rodas representa 20% da participação dos subsetores de atividades no faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM), ficando atrás apenas do de Eletroeletrônicos, com 34%.
Com a retração do mercado de motocicletas em todo o país, de 2011 para 2012, houve uma queda de 11% na mão de obra utilizada pelas fabricantes instaladas na região, passando de 16.370 para 14.500 funcionários, de acordo com dados apurados entre janeiro e novembro deste ano.
“Para 2013, estimamos um pequeno crescimento de 3,7% na produção nacional de motocicletas e esperamos, assim, uma recuperação no setor de Duas Rodas também no que diz respeito aos postos de trabalho,” conclui Fermanian.
Dados negativos
Agora vejamos a outra face da moeda. Se por um lado com as vendas aquecidas gera renda e oferta de emprego, por outro lado, o trânsito nas ruas de Manaus fica cada dia pior com a invasão das motos que trafegam em zig-sagues pela cidade, por cima das calças e fazendo retornos em locais proibidos, gerando um grande problema para o trânsito.
Devido a essa imprudência e irresponsabilidade da maioria dos taxistas que circulam pela cidade, muitos acidentes são registrados diariamente e em 80% deles envolvendo motos, provocando ferimentos e mortes.
Dirigindo como se fossem os verdadeiros donos das ruas, eles fazem de tudo, com manobras extremamente perigosas. Fazem retorno em locais proibidos, trafegam pelas calçadas, não respeitam sinais de trânsito e tudo para ganhar tempo e devido a esse comportamento acidentes são registrados provocando ferimentos e mortes.
Devido a esse comportamento, existe outro agravante o aumento dos gastos com o Sistema Único de Saúde e a ocupação de leitos, considerando que um grande número de acidentes ocorre em função de acidentes de trânsito envolvendo motociclistas.
O resultado desse trânsito perigoso praticado pelos motociclistas pode ser perfeitamente avaliado numa visita chamado “curral do DETRAN”, onde mensalmente são apreendidas centenas de motos, roubadas ou porque os condutores não tinham habilitação, além do puro e simples desrespeito as leis e normas do trânsito.
Mototaxistas
Com relação aos mototaxistas, cuja maior incidência ocorre nos bairros periféricos da cidade, onde por falta de um sistema de transporte coletivo confiável e disciplinado faturam bem no transporte de passageiros em pequenos percursos, com as corridas variando entre R$ 3 e 5 e as mais longas de uma zona da cidade para outro, chegando a R$ 30 ou 40, o trânsito fica ainda mais infernal e insuportável, em função da concorrência.
A função foi recentemente regulamentada pelo município, através de Lei aprovada pela câmara Municipal e segundo informações extraoficiais, a cidade conta com mais de quatro mil mototaxistas regulamentados, mais existem várias centenas que ainda atuam de forma irregular no sistema.
Abordados sobre a pilotagem perigosa das motos, se defendem e garantem que pretendem corre para poder conseguir o sustento da família. “Nós arriscamos as nossas vidas todos os dias e se não for dessa maneira, se ganha dinheiro” – afirma o mototaxistas José de Abreu, 38, que atua na Zona Leste da cidade.
Criminalidade
Outro fator que deixa a população preocupada é com o elevado índice de criminalidade praticado com o envolvimento de mototaxistas, tanto no centro como na periferia.
É comum nos tiroteios registrados na cidade, entre assaltos, e outros tipos de crimes a polícia descobrir a participação da turma que circula em cima de duas rodas, isto porque, para empreender fuga num trânsito carregado como o de Manaus, em motos o desaparecimento da caçada policial se torna muito fácil, percorrendo becos e velas onde os veículos de quatro rodas não podem ter acesso.
(Amazonianarede – Osny Araújo e informações industriais da Abraciclo)