Manaus perde em atrativos e ganha em “falta de consciência urbana”

(Reportagem e foto: Sérgio Costa)

Faz um bom tempo que a proliferação de camelôs e do comércio informal, que abriga vendedores de tudo, deixou de ser um problema administrativo para se torna um grave e sério problema cultural da população.

Com a chegada ao Poder, de políticas assistencialistas – no início dos anos 80 – permanecendo por mais de duas décadas e que prometia à todos uma terra de futuro próspero, veio também a forte migração de nordestinos e de moradores dos estados da região norte, em sua maioria do Pará.

A cidade passou a enfrentar problemas de invasões de terra, que culminaram com criação dos hoje mais de cem bairros, numa capital que não estava preparada para receber tanta gente ao mesmo tempo.

Com isso vieram os problemas da falta de vagas no mercado de trabalho e o surgimento do comércio informal, inicialmente no centro da cidade.

Hoje o panorama se estende à todos os bairros, onde nenhuma rua sequer escapa da invasão dos ambulantes. Tudo sob a justificativa do “eu preciso trabalhar”.

Basta que se instale uma escola, um shopping, ou qualquer lugar que sugira a grande concentração de público, que rapidamente os “informais” surgem do nada, para ocupar os lugares disponíveis. O exemplo mais recente pode ser visto na Avenida Constantino Nery – Chapada (foto) -, na calçada de uma faculdade.

O que há poucos dias era uma simples banca de café da manhã, vai ganhando ares de restaurante à céu aberto, onde os alimentos são manipulados e preparados sem nenhuma condição básica de higiene, o que acaba se tornando uma ameaça aos próprios consumidores que fazem suas refeições em locais como esse.

O mais grave é que, mesmo sob a ação de fortes trabalhos de fiscalização e organização, basta que passe um dia e todos os que foram retirados de locais não adequados estão de volta.

O meio ambiente e a cidade pedem, com urgência, uma nova tomada de consciência, sob pena de Manaus se tornar uma cidade comparável aos piores locais de concentração urbana desorganizada do mundo. Mas isso precisa partir dos próprios moradores.

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