Amazonas – Dados fornecido pela defesa Civil estadual, mostram de maneira clara e preocupante a situação deste ano no Amazonas, com vários municípios das calhas dos rios atingidos duramente pelas águas, mais de 56 mil desabrigados e já com ameaças à capital nos seus bairros da orla do rio Negro.
Dados fornecidos pela Defesa Civil, mostram que 56.345 é o número de pessoas afetadas pela cheia deste ano, estado. A Defesa Civil estadual está solicitando a doação de alimentos não perecíveis, além de fraudas, redes e calçados de borracha para as cidades atingidas. Atualmente, seis municípios estão em situação de emergência, oito estão em alerta e um está em atenção.
Os alimentos devem ter validade de até seis meses. A Defesa Civil pede fraldas infantis e geriátricas. “Essa campanha tem o objetivo de atender às famílias e minimizar os prejuízos. Pedimos esse prazo de validade por conta do tempo de viagem para comunidades muito afastadas”, explicou o secretário Roberto Rocha.
Na manhã desta sexta-feira, a Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) deu início às doações com 1,7 toneladas de alimentos não perecíveis.
O posto de arrecadação fica na sede da Defesa Civil, situada na Avenida Carvalho Leal, nº 1659, bairro Choeirinha.
Apelo por doações
As 56.345 pessoas afetadas integram um grupo de 11.269 famílias. De acordo com a Defesa Civil, desse total, nove mil famílias foram atendidas com alimentos e kits de remédio e higiene pessoal. “Acabou de chegar a segunda etapa de socorro para o Juruá, em Eirunepé. Para Tabatinga chega amanhã. Para Canutama chegou ontem [quinta, 26] à noite”, disse Roberto Rocha.
Além dos kits, as cidades também estão recebendo purificadores de água, mosquiteiros e hipoclorito de sódio.
As seis cidades em emergência são: Itamarati, Guarajá, Ipixuna, Eirunepé, Envira, Canutama. Atualmente, estão em emergência: Tabatinga, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Tonantins, Benjamin Constant, Humaitá, Atalaia do Norte e Boca do Acre. O município de Tapauá entrou em atenção. A Defesa Civil informou que acompanha a situação, com o monitoramento da subida dos rios. Além disso, a Prefeitura da cidade recebe orientações do órgão.
Críticas às Prefeituras
Na manhã desta sexta, Roberto Rocha criticou a atuação das prefeituras nas cidades afetadas pela cheia. “Nosso problema é que as prefeituras precisam investir mais nas suas defesas civis. A Defesa Civil estadual não consegue suprir todas essas necessidades, e alguns municípios não estão trabalhando no sentido preventivo. O estado acaba fazendo dois trabalhos: estado e município. Tem cidade que demora 15 ou 20 dias para nos dar uma resposta da situação”, afirmou.
O secretário adiantou que a cheia deve causar mais danos às cidades nos próximos dias. “Não temos boas notícias. O mês de março vai ser estrondoso. Nas regiões Sul e Oeste [os moradores] também vão sofrer com a cheia. Até julho, devemos ter 60 mil famílias afetadas”, disse.
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