Um intenso incêndio florestal em Pedrógão Grande, região de Leiria, em Portugal, já provocou a morte de pelo menos 62 pessoas, muitas delas presas em seus carros enquanto as chamas atingiram a área. O número de feridos neste que é o maior incêndio da história do país já chega a 60 pessoas, incluindo civis e bombeiros.
Acredita-se que um raio tenha provocado o incêndio em Pedrógão Grande, depois que os investigadores encontraram uma árvore atingida durante uma tempestade “seca”. Esse fenômeno ocorre quando a chuva evapora antes de atingir o solo devido às altas temperaturas. Portugal, como a maioria dos países da Europa meridional, é propenso a incêndios florestais nos meses secos do verão.
“Esta é uma região que tem incêndios por causa de suas florestas mas não nos lembramos de uma tragédia dessas proporções”, disse o prefeito de Pedrógão Grande, Valdemar Alves. “Estou completamente atordoado com o número de mortes”.
As autoridades disseram anteriormente que o calor de 40ºC nos últimos dias poderia ter contribuído para o incêndio, registrado a cerca de 150 quilômetros a nordeste de Lisboa. Aproximadamente 700 bombeiros trabalham para tentar apagar os incêndios desde sábado.
Pessoas tentaram deixar carros
Uma enorme parede de fumaça grossa e chamas vermelhas brilhavam sobre a copa das árvores em uma área perto de algumas casas. Foram divulgadas imagens aterrorizantes de várias pessoas em uma estrada tentando escapar da fumaça intensa que reduziu a visibilidade a uma questão de alguns metros. Segundo as autoridades, ao menos 16 pessoas morreram quando seus veículos foram envolvidos por chamas numa estrada entre as cidades de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra. Outras pessoas morreram por causa da inalação de fumaça em Figueiró dos Vinhos.
O primeiro-ministro português Antonio Costa disse que as equipes de combate a incêndios estavam tendo dificuldades em se aproximar da área porque o fogo era “muito intenso”. Ele acrescentou que as autoridades portuguesas estavam trabalhando na identificação das vítimas e que socorristas espanhóis ajudariam nos esforços para controlar as chamas.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil de Portugal, que coordena os esforços de combate a incêndios, emitiu uma advertência sobre o aumento do risco de incêndios florestais na sexta-feira. Citando as altas temperaturas, afirmou que fogueiras ao ar livre estavam proibidas.
Apoio
A União Europeia ativou seus esforços de proteção civil para ajudar Portugal a extinguir os incêndios. O Comissário da UE para Ajuda Humanitária e Gerenciamento de Crise, Christos Stylianides, expressou suas condolências pelas vítimas em uma declaração, dizendo que a “UE está totalmente pronta para ajudar”. Ele disse que, em resposta a um pedido de ajuda de Portugal, Espanha e França estão enviando aeronaves para ajudar a combater as chamas.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, twittou que estava “comovido pela tragédia em Pedrógão Grande. Os portugueses podem contar com a nossa solidariedade, apoio e cuidado”.
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