Mágicos e malabaristas tomam conta dos cruzamentos de Manaus

(Amazonianarede – Osny Araújo)

Faz tempo que as faixas de pedestre e os cruzamentos de Manaus vem sendo ocupados por malabaristas, que aproveitam as paradas dos veículos para dar espetáculos e com isso, chegam a distrair alguns motoristas menos atentos e atrapalhar a travessia de pedestres e tudo, para que esses “artistas populares” recolham dos veículos algumas moedas em seus chapes.

O fato, é que esses pontos de Manaus, tem um trânsito complicado, ainda aparecem esses artistas transformando os cruzamentos da cidade em palcos circenses para as suas exibições publicas, sem se preocupar com o transtorno que ajudam causar no caótico trânsito da capital amazonense.

As piruetas apresentadas pelos malabaristas e equilibristas são as mais variadas possíveis. Nos cruzamentos se encontra desde estátuas vivas, a malabarismo e mágicas praticados com facas e facões, fogo, bolas, monociclo com equilibristas fazendo malabarismo e por aí vai,com numa grande variedade de espetáculos, que atrapalha os pedestres e certamente distrai os motoristas, logo, um transtorno a mais para o transito na capital amazonense.

É muito difícil alguém ficar inteiramente alheio a essas imagens.Difícil. Quem não contribui, ao menos deixa um sorriso, um aceno, dá uma buzinada. Essa é uma foto em preto e branco dos artistas nos cruzamentos de Manaus.

Anonimato

Procuramos e conversamos com vários desses artistas populares. Fomos atendidos, mas pediram que não fossem divulgados seus nomes, temendo quem sabe, uma fiscalização por arte das autoridades, pois a maioria tem consciência que eles podem afetar a regularidade do transito com a distração que com certeza provocam nos motoristas com os seus repentinos espetáculos durante um fechamento de sina.

Conversamos com um casal que costuma fazer espetáculos no sinal que fica em Adrianópolis, próximo a uma revendedora de carros e após pedirem que não citássemos os seus nomes na reportagem, abriram o jogo com a reportagem do Portal Amazonianarede: Não fazemos nada improvisado. Tudo é planejado e pensado para evitar acidentes e mal-estar com o público e conosco. Por exemplo, precisamos trabalhar numa área próxima a um local que tenha banheiro, água para tomar banho, fazer outras necessidades fisiológicas e que passe muita gente, por isso atuamos neste local, onde temos tudo isso” explica o artista marido, com a concordância da sua esposa, malabarista também.

“Estrangeiros”

Poucos desses artistas que não quiseram se identificar para evitar problemas com as autoridades, são de Manaus. A grande maioria é originários dos países fronteiriços da Amazônia.

Muitos deles, que hoje se apresentam nos cruzamentos de Manaus, já atuaram em picadeiros de circus e até em programas humorísticos de televisão, e hoje, ganham a vida correndo o chapem entre os pedestres e de moeda em moeda, ganham o sustento das suas famílias, a maioria residindo nos hotéis próximos a chamada ponte do Educandos e na Avenida Joaquim Nabuco.

Saudade

Garantem que na vida de artista na rua, o mais difícil é a saudade da família, diz ele. “Tem dias que é difícil, hoje mesmo acordei com uma baita saudade dos meus filhos.” Mesmo assim, não trocaria a rua pela carteira assinada. “É uma aventura sair com uma garrafa de tinta prata em busca de dinheiro para sustentar a família. O difícil é convencer o povo a gostar do que você faz e te dar dinheiro por isso. Mas até hoje Deus tem me ajudado”, diz, diz um que atua como “estátua viva”.

Prateado dos pés à cabeça, veste um paletó sem camisa por baixo e um chapéu, leva um apito na boca, que faz barulho a cada movimento simulando um robô. “Eu não criei personagem. Não foi caubói nem Super-homem que me incentivaram a virar artista de rua. Fiz por mim mesmo, sou eu que estou aqui.”

Mais que os trocados que vão à caixinha, ele gosta mesmo de levar a arte a quem passa, e isso logo fica claro para quem o observa. O que ele reclama mesmo é do calor de Manaus e afirma que não é fácil ficar coberto de tinta numa temperatura elevada como a que temos por aqui.

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