Paris, França – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participou da Parada Militar na Avenida Champs Élysées, em Paris, na manhã desta sexta-feira (14), dia da festa nacional francesa. O chefe de estado americano foi convidado de honra na comemoração do Dia da Bastilha, que coincide com o centésimo aniversário do engajamento americano na Primeira Guerra Mundial.
No desfile, os dois chefes de Estado se sentaram juntos em uma plataforma aplaudindo, apontando e se tocando no braço enquanto aeronaves militares cruzavam o céu.
“A presença do senhor Trump ao meu lado é um sinal de uma amizade duradoura. Quero agradecê-lo. Nada pode nos separar jamais, quero agradecer a América pela escolha feita cem anos atrás”, disse Macron, em um discurso, segundo a Reuters.
Trump afirmou no Twitter que foi “uma grande honra” representar os Estados Unidos na magnífica parada do Dia da Bastilha, feriado que comemora a Tomada da Bastilha em 1789, evento decisivo para o início da Revolução Francesa. A Bastilha era uma antiga fortaleza usada pela monarquia como prisão.
Parada militar
Em homenagem ao papel dos EUA na vitória dos aliados na Primeira Guerra Mundial, a parada militar foi aberta por um grupo de militares americanos, segundo a agência Efe.
Oito caças americanos (seis F16 e dois F22) sobrevoaram o céu da Champs-Élysées justamente após a passagem de nove Alphajet da Patrulha da França. O desfile de duas horas teve a participação de 3.720 militares.
A segurança na capital francesa foi reforçada para receber o chefe de estado norte-americano. Cerca de 11 mil policiais e gendarmes foram mobilizados para o evento desta sexta-feira, na Champs Élysées. O presidente americano volta ainda nesta sexta para os Estados Unidos.
Para a França, o Dia da Bastilha deste ano foi especialmente comovente por ser o primeiro após o atentado de Nice, no Sul do país, no qual 86 pessoas morreram e mais de 400 ficaram feridas.
Acordo climático
A visita de Trump começou na quinta-feira (13), com uma cerimônia militar no Hotel dos Inválidos, um encontro no Palácio do Eliseu e um jantar em um jantar oferecido por Macron e sua mulher, Brigitte, no prestigioso restaurante localizado no 2º andar da Torre Eiffel.
Em entrevista coletiva, o presidente francês afirmou após o encontro de quinta que os dois chefes de estado vão continuar discutindo o Acordo de Paris, apesar das diferenças de postura de ambos os países.
“Respeito a decisão do presidente Trump. Desta forma, ele irá refletir e trabalhar de forma conveniente e que corresponde aos seus compromissos de campanha. Da minha parte, eu continuo comprometido com o Acordo de Paris”, declarou Macron.
Em junho, o líder americano anunciou a saída dos EUA do acordo, que trata de mudanças climáticas, afirmando que o texto era desvantajoso para os americanos. Em relação ao comentário de Macron, Trump foi evasivo, e disse apenas que “algo poderá acontecer” a respeito do Acordo de Paris.
Crise nos EUA
A visita a Paris contribuirá para que o magnata republicano de 71 anos esqueça, ao menos por algumas horas, de seus problemas em Washington. O filho mais velho de Trump é acusado de ter contatos com pessoas supostamente ligadas ao governo russo durante a campanha eleitoral de 2016.
Na quarta-feira (12), o canal americano CNN divulgou um vídeo que mostra Donald Trump em um jantar há quatro anos com figuras-chave do caso sobre a suposta ingerência da Rússia nas eleições, segundo a France Presse. A possível influência da Rússia no processo eleitoral americano é investigado.
Amazomianarede-Globo