Liderança do PT cochila e Câmara de São Paulo aprova projeto que acaba com o rodízio de carros na cidade

29-05spSão Paulo – A Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou, em menos de um minuto, o projeto para acabar com o rodízio de veículos em uma cidade famosa pelos constantes congestionamentos.
A justificativa do autor do projeto, aprovado em votação simbólica, é a de que o rodízio já não serve para nada. O prefeito deve vetar o projeto.

Em uma votação simbólica, na qual o vereador só se manifesta quando é contrário ao projeto, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o fim do rodízio municipal de veículos. O líder do PT na Câmara admite que só percebeu que o projeto foi votado depois da aprovação.

“Eu, particularmente, não esperava que o projeto estivesse na pauta, mas aconteceu. Admito que foi um cochilo de todos os vereadores, pois eu sei que muitos vereadores são contrários. Agora é isso, resta o prefeito vetar”, diz Alfredinho, líder do PT na Câmara.

O rodízio de veículos de São Paulo vale para o chamado centro expandido da cidade, onde estão as principais vias da capital.
Todos os dias da semana, dois finais de placas ficam proibidos de circular nessa zona, das 7h às 10h, e das 17h às 20h. Por exemplo, na segunda-feira, a restrição é para carros e caminhões com finais de placa 1 e 2.

O vereador que apresentou o projeto diz que o rodízio, criado na década de 1990, já não tem mais efeito na cidade. E que o fim da fiscalização vai liberar os agentes de trânsito para outras atividades.

“Nós precisamos que os homens do CET, os ‘marronzinhos’, comecem a fazer mais educação no trânsito e preparem mais o autocondutor do que fazer auto de infração. Nós estamos com quase 20 mil infrações por dia. Então, todos nós que estamos dirigindo no transito de São Paulo precisamos fazer escolinha e aprender a dirigir”, argumenta o vereador Adilson Amadeu (PTB), autor do projeto.

O especialista Sérgio Ejzenberg explica que um milhão de carros circulam todos os dias pelo centro expandido e que, se o rodízio acabar, esse número vai aumentar em, pelo menos, 15%.

“Casamos com rodízio, mas não podemos descasar. A solução é melhorar o transporte de massa. Tirar o rodízio é um ideia sem pé nem cabeça, estapafúrdia, que não tem estudo e não tem base. É uma opinião sem base e é espantoso que tenha passado pela Câmara sem qualquer análise. É inacreditável”, opina Sérgio Ejzenberg.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo disse que ainda aguarda o envio da proposta para análise. Mas, por telefone, o líder do governo na Câmara, Arcelino Tatto, disse que o prefeito Fernando Haddad vai vetar o projeto.

Jornal da Globo SP

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