Kit fará o diagnóstico de doenças causadas pelo rotavirus

Manaus – Um kit desenvolvido pelo Instituto Leônidas e Maria Deane (ILDM/Fiocruz/AM) deve contribuir para a identificação do principal vírus causador das gastroenterites (diarreicas agudas): o rotavirus.

O material foi desenvolvido no âmbito do Programa de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (PPSUS) e contou com o apoio financeiro de R$ 80 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).

A pesquisa para o desenvolvimento do kit vem sendo realizada há mais de 10 anos. Conforme o coordenador do projeto, Paulo Afonso Nogueira, as primeiras análises tiveram início na cidade de Porto Velho (RO). Em Manaus, os trabalhos vêm sendo realizados há seis anos.

Nogueira disse que com o apoio da Fapeam foi possível montar o laboratório no ILDM/Fiocruz/AM para dar andamento às análises. Ele explicou que o local dispõe de toda a infraestrutura para as pesquisas, entre eles o patógeno (micro-organismo) e o biotério para os testes em animais.

Durante os experimentos, os pesquisadores utilizaram a engenharia genética para desenvolver os antígenos (molécula capaz de iniciar a resposta imune) alvos para detectar os patógenos. “Estamos trabalhando para que o teste tenha 95% de chances de acertos para identificação do rotavirus, o qual funcionará semelhantemente ao teste de gravidez. O objetivo é que o resultado saia em menos de 30 minutos”, destacou.

Desafio

Há kits de origem estrangeira no País, esclareceu Nogueira. Contudo, são produtos caros. Ele destacou que o desafio é utilizar tecnologia local e financiado pelo SUS. A expectativa é de que os insumos utilizados no processo produtivo sejam barateados para viabilizar o produto. “Hoje não temos um valor definido de quanto ele pode ser comercializado, pois os testes são feitos em escala pequena, laboratorial. É preciso ampliar. Estamos aperfeiçoando a técnica”, ressaltou.

Tratamento

Não há tratamento etiológico para doença diarreica causada por vírus, apenas tratamento de suporte, como correção da desidratação e do desequilíbrio eletrolítico e tratamento de outros sintomas apresentados, como náuseas e vômitos.

Segundo o pesquisador, a pessoa doente é diagnosticada pelos sintomas que apresenta. O médico os analisa e diz que deve ser rotavirus. Faz o hemograma é vê que é uma virose. Todavia, o hemograma apresenta como resultado virose, mas não qual o tipo. A resposta final só é possível após dois dias depois de o paciente apresentar os sintomas. “No caso de uma criança recém-nascida, que é a que mais sofre com o problema, não há tempo hábil uma vez que a mortalidade nessa faixa etária é alta”, salientou.

Doença diarreica aguda

A doença diarreica aguda (DDA) é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue. Podem ser acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, é auto-limitada, com duração de 2 a 14 dias. As formas variam desde leves até graves, com desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando associadas à desnutrição.

Modo de transmissão

As doenças diarreicas atingem, principalmente, as crianças entre a faixa etária de 0 a 5 anos, sendo a mortalidade mais evidente na faixa etária de 1 a 2 anos.

O modo de transmissão pode ocorrer pela via oral ou fecal-oral, sendo específico para cada agente etiológico.

Luís Mansueto – Agência FAPEAM

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