Juiz determina que Charlie Gard  seja transferido para clínica de cuidados paliativos

Ainda de acordo com a decisão, o bebê "inevitavelmente" deve morrer em pouco tempo após a transferência.

Reino Unido – Um juiz britânico determinou, nesta quinta-feira (27), que o bebê britânico Charlie Gard seja transferido para uma clínica de cuidados paliativos, onde “inevitavelmente” vai morrer em pouco tempo.

“Não é do interesse de Charlie que a ventilação artificial seja mantida e, portando, é legal e de seu interesse que ela seja retirada”, escreveu na sentença.

A decisão do juiz Nicholas Francis veio depois que os pais de Charlie e o Great Ormond Street Hospital não chegaram a um acordo sobre quando e como o menino deveria morrer.

Em audiência na quarta-feira (26), Francis determinou que as partes chegassem a um consenso até o meio dia desta quinta (8h da manhã, no horário de Brasília). De acordo com a decisão, as ações que serão tomadas a partir de agora “inevitavelmente resultarão na morte de Charlie dentro de um curto período de tempo”.

Além disso, o nome do local para onde o bebê será levado, assim como os integrantes da equipe responsável pela transferência deverão ser mantidos em sigilo. O hospital onde o bebê está internado se manifestou, e disse que tentou “absolutamente tudo” para atender aos desejos da família, segundo a Reuters.

O bebê sofre de miopatia mitocondrial, uma síndrome genética raríssima e incurável que provoca a perda da força muscular e danos cerebrais. Há poucas perspectivas de tratamento para a enfermidade.

Na audiência de quarta, as discussões se concentraram na disputa entre os pais do bebê – que queriam mantê-lo vivo por pelo menos mais uma semana – e o hospital, que era contra o procedimento.

Na segunda-feira, o casal retirou o apelo para que as máquinas fossem mantidas ligadas e que Charlie pudesse ser transferido para os EUA, para ser submetido a um tratamento experimental.

Comoção Internacional

O caso de Charlie atraiu atenção internacional depois que a Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH) apoiou a decisão de instâncias inferiores no Reino Unido e determinou que os aparelhos que mantêm Charlie vivo deveriam ser desligados, mesmo contra a vontade de seus pais.

O Papa Francisco fez apelos sobre o caso, e o presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a afirmar que os EUA ficariam felizes em ajudar Charlie e sua família. Na semana passada, um comitê do Congresso americano chegou a aprovar uma emenda para conceder o status de residente permanente para a criança e sua família, para que ela pudesse receber o tratamento no país.

Um hospital infantil ligado ao Vaticano também se manifestou, dizendo que estava em contato com a família para transferir o bebê para a Itália.

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