Joe Biden foi eleito o 46º presidente dos Estados Unidos na tarde deste sábado (7). Após vitória na Pensilvânia, o democrata reuniu 273 delegados – três a mais do que o necessário para ganhar o pleito – e derrotou o republicano Donald Trump, que tentava a reeleição. A vitória de Biden foi declarada hoje pelas redes CNN e Fox News, pelos jornais The New York Times, e The Washington Post, entre outros veículos, após mais de três dias de indefinição dos resultados.
O resultado oficial pode demorar ainda mais para ser conhecido, e a expectativa é de que haja uma batalha judicial no país.
De acordo com as projeções da imprensa americana, Biden venceu a disputa no estado da Pensilvânia, levando 20 delegados e ficando, portanto, com 273 votos no Colégio Eleitoral. Cinco estados seguem indefinidos, mas, pelas regras eleitorais, um candidato precisa de pelo menos 270 delegados para ser eleito. Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil.
Por isso, as projeções da imprensa são relevantes na divulgação da conquista dos delegados. Pouco após a divulgação da vitória de Biden pela imprensa americana, o democrata foi ao Twitter para a agradecer a população dos Estados Unidos.
“América, estou honrado por vocês terem me escolhido para liderar nosso grande país. O trabalho que temos pela frente será duro, mas eu prometo a vocês o seguinte: serei um presidente para todos os americanos —quer você tenha votado em mim ou não. Vou manter a fé que foi depositada em mim”, escreveu.
Sem apresentar provas, Trump tem falado em “fraude” nas eleições. Ele já recorreu à Suprema Corte para pedir a suspensão da contagem dos votos em diferentes estados. Em um comunicado que veio a público na tarde de hoje, Trump se recusou a aceitar a vitória de Biden e prometeu tomar medidas legais para questionar o resultado da disputa. “Joe Biden não foi confirmado como vencedor de nenhum estado, muito menos dos estados altamente questionáveis, que terão recontagem obrigatória”, disse Trump, segundo uma nota divulgada pela imprensa e reproduzida pelo site The Hill.
Rudi Giuliani, advogado da campanha de Trump, deu declarações semelhantes ao falar com jornalistas logo após o anúncio da vitória de Biden. “A gente vai mover ações, nós vamos processar”, disse, questionando a legitimidade dos votos enviados por correspondência. “Eles podem ter sido enviados por qualquer pessoa, podem ter sido alterados por pessoas no centro de convenções”.
Mais cedo, a advogada Ellen Weintraub, membro da Comissão Eleitoral Federal dos Estados Unidos, afirmou à CNN que “não há nenhuma prova de que tenha ocorrido fraude nas eleições americanas”.
A reta final da apuração dos votos foi marcada por uma disputa acirrada entre Trump e Biden em pelo menos cinco estados. Autoridades da Geórgia já confirmaram que, devido a essa margem estreita, haverá recontagem de votos no estado. A revisão dos votos deve ter início em 1º de dezembro.
Pelo menos outros três (Pensilvânia, Nevada e Wisconsin) podem passar por esse processo. Na maior parte deles, a revisão dos votos é prevista pelas legislações estaduais quando a diferença de votos entre os candidatos é muito pequena.
Além disso, na Pensilvânia, a Suprema Corte já determinou que todas as cédulas de votação enviadas por correio que chegarem após o dia da eleição devem ser contadas separadamente.
Os votos por correio no estado têm causado atrito com a campanha de Donald Trump. O republicano argumenta que as cédulas que chegarem após o dia 3 de novembro, quando as urnas foram, enfim, fechadas, não deveriam entrar na contagem. Ele chama esse procedimento de “fraude”.
Por conta da pandemia do novo coronavírus, todos os estados aderiram ao voto pelo correio sem que o eleitor precisasse justificar o motivo de sua ausência presencial. Isso resultou em 65 milhões de votos pelo correio, o que corresponde a 40% do total.
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