Joaquim Barbosa queria publicar no site do STF nota de revide a Marco Aurélio

Brasília – O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ayres Britto, não permitiu a publicação, no site oficial da Corte, de uma nota de caráter pessoal que o ministro Joaquim Barbosa pretendia divulgar, em resposta a um comentário do ministro Marco Aurélio Mello.

Na nota, em resposta a um comentário de Marco Aurélio criticando o seu temperamento e sua agressividade, Barbosa aponta o colega como “um dos principais obstáculos a ser enfrentado por qualquer pessoa que ocupe a presidência do Supremo”. Referiu-se ainda veladamente ao fato de Marco Aurélio ter sido nomeado para o STF pelo primo, o então presidente Fernando Collor de Mello. E acrescenta: “Jamais me vali ou tirei proveito de relações de natureza familiar”.

Na última quarta-feira, o bate-boca entre os dois chegou ao auge, e Marco Aurélio dirigiu-se publicamente a Barbosa nos seguintes termos: “Ministro, policie a sua linguagem”. Depois, referindo-se ao fato de que Barbosa, pelo sistema de rodizio, será presidente do STF, acrescentou que ele não teria condições ideais de exercer o cargo, tendo em vista o seu temperamento, e especialmente a “agressividade” que tem demonstrado, como relator da ação penal do mensalão, nos debates travados com o ministro-revisor, Ricardo Lewandowski.

De acordo com informações correntes no Supremo, o ministro Ayres Britto teria feito ver ao seu colega Joaquim Barbosa, atual vice-presidente do tribunal, que o site deve se limitar à publicação de notícias objetivas e matérias institucionais.

A nota

Em nota divulgada nesta sexta-feira — mas não no site do STF — Joaquim Barbosa afirmou:

“Um dos principais obstáculos a ser enfrentado por qualquer pessoa que ocupe a presidência do Supremo Tribunal Federal tem por nome Marco Aurélio Mello. Para comprová-lo, basta que se consultem alguns dos ocupantes do cargo nos últimos 10 ou 12 anos”.

Barbosa referiu-se ainda veladamente ao fato de Marco Aurélio ter sido nomeado para o STF — quando já era ministro do Tribunal Superior do Trabalho — pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello, que é seu primo em quarto grau:

“Ao contrário de quem me ofende momentaneamente, devo toda a minha ascensão profissional a estudos aprofundados, à submissão múltipla a inúmeros e diversificados métodos de avaliação acadêmica e profissional. Jamais me vali ou tirei proveito de relações de natureza familiar”, diz a nota.

(Por:JB)

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