Ação deflagrada pela Polícia Federal investiga esquema de desvios de verbas na Rede de Saúde do Estado. Investigados podem atrapalhar investigações, segundo decisão.
Manaus, AM – A Justiça Federal decidiu estender por mais cinco dias a prisão temporária de quatro presos da Operação “Cashback”, que investigou a ação de empresários em desvios de verbas da Saúde do Amazonas.
Segundo a decisão, os envolvidos podem atrapalhar as investigações em caso de soltura. A prisão preventiva do empresário Murad Aziz foi decretada pelo mesmo motivo.
Pela decisão, devem permanecer presos por mais cinco dias:
- O advogado Lino Chíxaro, ex-diretor-presidente da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás)
- Jader Helker Pinto
- Jonathan Queiroz da Silva
- Marco Antônio de Jesus Barbosa
A decisão da 4ª Vara Criminal da Justiça Federal atende ao requerimento feito pela Polícia Federal e acatado pelo Ministério Público Federal (MPF).
Segundo a PF, a prorrogação das prisões é necessária para que as informações coletadas durante a investigação sejam analisadas sem possíveis interferências dos investigados.
A partir da apuração dos dados coletados, a polícia informou, também, que novas diligências ainda podem ser realizadas – o que justifica o pedido.
Conforme a decisão da juíza Ana Paula Serizawa Silva Podedworny, algumas buscas e apreensões foram frustradas, de fato, o que demonstra a influência exercida pelos investigados na coleta de provas, mesmo presos.
A Polícia Federal apontou que Lino Chíxaro, por exemplo, apagou todas as informações do seu celular, o que mostra que ele sabia das diligências que seriam efetuadas e eliminou provas para prejudicar a ação.
Jader Pinto, caso seja solto, pode agir em benefício do empresário Murad Aziz e, segundo a PF, prejudicar as investigações. Ele já teria coagido e extorquido empresários, conforme as investigações.
A Operação Cashback mostrou ainda que há uma ligação estreita entre Marco Barbosa e Jonathan Queiroz – parceiros do mesmo grupo empresarial – com Murad Aziz.
Defesas dos envolvidos
Segundo a defesa de Lino Chíxaro, a medida trata-se de “uma suposição geral sem qualquer elemento de prova em relação ao Lino”. O advogado disse ainda que toma as providências para reverter a medida.
A defesa de Jonathan Silva e Marco Barbosa informou que não irá se pronunciar sobre o assunto.
A reportagem tenta localizar a defesa de Jader Helker Pinto.
Operação Cashback
A Polícia Federal desencadeou a Operação Cashback na 11 de outubro. Foram 14 mandados de prisão temporária e 40 de busca e apreensão. Além de Murad Aziz, foram presos o advogado Lino Chíxaro e o empresário Sérgio Bringel.
Segundo investigações, os suspeitos são investigados por compor uma quadrilha que desviou mais de R$ 500 milhões de verbas da saúde do Estado nos últimos quatro anos. A ação é um desdobramento da Operação
“Maus Caminhos”. Apoantado como chefe do esquema, o empresário Mouhamed Moustafá responde as acusações em liberdade.
No dia 14, por ordem da desembargadora Maria do Carmo Cardoso, foram soltos os empresários André Becil e Sérgio Bringel, e os funcionários dele, Yuri Ferreira Saba e Wecysclei Acedo de Oliveira.
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