A paralisação que começou dia 14, já está causando transtornos no PIM segundo a Cieam
Amazonas – Caso a greve dos auditores da Receita Federal, demore mais uma ou duas semanas, as atividades no Polo Industrial de Manaus (PIM) podem paralisar completamente caso a greve dos auditores fiscais da Receita Federal perdure por mais algumas semanas. O alerta foi dado nesta terça-feira (18) pelo presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco.
“Entendemos o pleito dos servidores, e o Cieam tenta ajudar para que não cause mais problemas para a população. Mas, se os produtos não chegam às fábricas no Distrito (Industrial), não têm como serem produzidos. Se essa greve continuar nas próximas semanas, o PIM ficará paralisado”, comentou.
A paralisação dos auditores fiscais iniciou no último dia 14 e já causa transtornos, conforme explicou o presidente do Cieam. No último dia 15, por exemplo, dos 400 contêineres parados no porto de Manaus, apenas 14 foram liberados, segundo Périco.
Prejuízo diário
Ainda conforme o presidente do Cieam, se houver a paralisação no Distrito Industrial, devido à falta de mercadorias, os prejuízos por dia chegariam a US$ 233 milhões, uma vez que o faturamento do PIM está em torno de US$ 7 bilhões por mês.
Além disso, segundo ele, a paralisação afetaria, diariamente, ao menos 80 mil trabalhadores do polo industrial do Estado.
A respeito do comércio, que também está sendo afetado por causa da greve, Périco não soube mensurar o possível prejuízo e disse ainda que o Cieam entrará com uma medida judicial para que a paralisação não afete a indústria.
“Estamos decidindo qual medida vamos ingressar, para que nossos associados não sejam tão prejudicados. Até o fim da semana entramos com a medida na Justiça. Já sabemos que 30% dos servidores estão trabalhando e liberando as cargas prioritárias, como remédios e alimentos não perecíveis”, disse o presidente do Cieam.
Reajuste salarial
Por sua vez, o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal no Amazonas (Sindifisco/AM), Jefferson Almeida, explicou que a greve se deu pela ausência do compromisso do governo federal com a categoria em relação ao reajuste salarial.
“O governo deveria deslocar o acordo que fizemos em março deste ano do Ministério do Planejamento para a Casa Civil e de lá para o Congresso Nacional, mas até agora não temos uma resposta.
O que ficou acertado foi um aumento nos salários de 5,5% ao ano. Isso para 4 anos”, disse.
Conforme o sindicalista, atualmente no Amazonas trabalham 250 auditores fiscais.
Almeida explicou que o salário inicial de um auditor fiscal é de R$ 15,7 mil. Ele afirmou que as operações especiais, como a Lava Jato, continuam normalmente dentro da Inteligência da Receita Federal.
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