Imagem de satélite do Inpe mostra nuvem de fumaça oriunda de incêndios perto de Manaus

Manche escura cobre territórios de municípios a sul de Manaus
Manche escura cobre territórios de municípios a sul de Manaus
Manche escura cobre territórios de municípios a sul de Manaus

MANAUS – Uma extensa nuvem de fumaça oriunda de incêndios florestais e queimadas está localizada próximo à cidade de Manaus, sobre municípios à sul da capital, conforme imagens de satélites divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

No trecho do mapa, é possível ver uma mancha escura sobre territórios dos municípios do Careiro da Várzea, Iranduba, Manaquiri, Careiro e outros. Nos últimos dias, tais cidades e também Manaus, além de outros municípios do Estado, estão sofrendo com as nuvens de fumaça que encobrem tais territórios.

As cidades citadas acima são as que mais registraram focos de incêndio no Amazonas nos últimos dois dias, 4 e 5 de outubro: Careiro (320 focos); Autazes (269); Careiro da Várzea (239); Manacapuru (239); Presidente Figueiredo (169); Caapiranga (129); Itacoatiara (122); Anamã (109); Iranduba (104) e Borba (101).

Segundo o pesquisador Alberto Setzer, do Inpe, a nuvem escura é resultado de focos de incêndios e queimadas. “Todos esses pontos são detecções de fogo na vegetação”, disse. “Dá para ver a concentração de focos em Careiro da Várzea e a fumaça vai se propagando até Manaus”, explicou.

Em outro mapa do Inpe, vários pontos coloridos aparecem sobre a região onde estão concentradas as nuvens de fumaça. “Cada cor é um satélite diferente. Você pode ver que os pontinhos (coloridos) coincidem com a localização da (nuvem de) fumaça, e isso elimina a dúvida. Você tem toda essa vegetação pegando fogo”, explicou Setzer.

De acordo com o pesquisador, tal fumaça só não está sobre a superfície de capital por causa da direção dos ventos. “Por sorte a nuvem está passando ao sul de Manaus. Apenas mudanças na direção dos ventos poderiam levar a fumaça (para Manaus), que oscilam bastante durante o dia”.

AM bate recorde desde 1998

A quantidade de focos de incêndios e queimadas registrados em todo o Amazonas em 2015 bateu recorde. Em 1998, quando foi feito a primeira medição, ocorreram 946 focos de incêndio. Em 2015, o Estado registrou 11.439 focos, 51% a mais que ano passado, 2014, quando foram registrados 9.322 focos.

“(O ano de) 2015, apesar de ainda ter três meses (para acabar), já passou tudo que o foi registrado até hoje. Realmente foi um ano que extrapolou, e que está acima da média”, disse Setzer.

Os últimos anos no Amazonas vêm apresentando cada vez mais focos de incêndios: 2015 (11.439); 2014 (9.322); 2013 (5.118); 2012 (7.745); 2011 (4.188); 2010 (8.826); 2009 (7.915); 2008 (2.717); 2007 (4.042); 2006 (2.624); 2005 (4942); 2004 (1.845); 2003 (2.283); 2002 (1.857); 2001 (1.297); 2000 (853); 1999 (1.061) e 1998 (946).

Brasil e Amazonas em 2015

Em nível Brasil em 2015, dois municípios do Estado estão entre os dez municípios brasileiros com mais focos de incêndio: Lábrea, com 1.561 focos e Apuí com 1454 – esses dois municípios estão localizados na região sul do Estado. Dos dez municípios brasileiros com mais focos de incêndio, nove estão na Região Norte. O campeão é São Félix do Xingu (PA), com 3.821.

Consequentemente, Lábrea e Apuí são os municípios amazonenses com mais focos de incêndio este ano em todo o Amazonas. A lista é composta por Apuí (12.816 focos de incêndio); Lábrea (10.631); Manicoré (7.629); Novo Aripuanã (5.771); Boca do Acre (3.736); Canutama (3.313); Humaitá (2.766); Autazes (2.315); Careiro (2.313) e Maués (2.065).

O mês com mais focos em 2015

O mês de 2015 que teve mais focos de incêndios florestais e queimadas continua sendo setembro, com 5882 registros. Em seguida vem agosto, com 4548, e julho com 356. Entretanto, o mês de outubro também promete: só do dia 1º até esta segunda-feira (5) foram registrados 399 focos de incêndio, o bastante para super todo o mês de julho.

Fumaça até o fim de outubro

A onda de fumaça oriunda de incêndios florestais e queimadas pode continuar encobrindo cidades como Manaus ou outros municípios do Amazonas até o final de outubro ou início de novembro, quando começará o período chuvoso. Segundo ambientalistas, só a chuva forte conseguirá evitar os incêndios e, consequentemente, evitar as nuvens de fumaça.Leia mais aqui. ACRÍTICA ONLINE

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