Haitianos celebram a reconstrução da vida após o terremoto com missa e banquete típico em Manaus

Haitianos, comemoram a reconstrução da vida e homenageiam os mortos com missa em Manaus
Haitianos, comemoram a reconstrução  da vida e homenageiam os mortos com missa em Manaus
Haitianos, comemoram a reconstrução da vida e homenageiam os mortos com missa em Manaus

Manaus, AM – Há seis anos o Haiti foi devastado por um violento terremoto, que quase acabou com o pais que fala o idioma francês. Devido a esse desastre natural, milhares de haitianos abandonaram o país e saíram pelo mundo em de um recomeço de vida e chegaram a vários países, como o Brasil foi um deles. Manaus, a capital amazonense foi a preferida aproximadamente dois mil haitianos que foram recebidos com muita dignidade e humanismo pelos manauras.

Muitos desses haitianos que escolheram Manaus para reconstruir a vida, parecem felizes com a nova oportunidade. Muitos tem emprego, ou trabalham por conta própria e assim vão vivendo com dignidade, amando a cidade e seu povo eu tão os acolheu, mesmo falando uma língua diferente, o francês.

Em Manaus, a maior receptividade aos haitianos foi oferecida pela Paróquia de São Geraldo, que em função do pároco falar com fluência o francês, a comunicaçáo foi facilitada e logo a paróquia começou a ser o endereço dos haitianos que chegavam.

A lembrança daqueles que perderam a vida no terremoto que devastou o Haiti em 12 de janeiro de 2010, foi saudada na noite desta terça-feira (12), em uma missa realizada na paróquia São Gerald.

Celebração com missa

Em Manaus, seis anos após o desastre, sobreviventes acenderam velas e rezaram em homenagem aos familiares e amigos que não resistiram a tragédia. Cerca de 220 mil pessoas morreram e mais de 1 milhão de habitantes ficaram desabrigados. O terremoto de magnitude 6,3 na escala Richter, foi registrado a 22 quilômetros da capital da ilha, Porto Príncipe.

Lembrança do passado e fé no futuro
Lembrança do passado e fé no futuro

“Este é um dia de dor, de sofrimento, em que foram destruídas nossas casas, nossas famílias e nossos sonhos. Nosso país veio ao chão. O Haiti tremeu e quase tudo foi destruído”, disse emocionado o tradutor e garçom, Smith Durt, 27, que junto a outros imigrantes, buscaram refúgio no Brasil, passando primeiramente pelo Amazonas.

Ainda hoje ele lembra, em detalhes, o dia da tragédia que mudou a história do ilha da América Central. “Perdi minha mãe, foi muito triste e muito difícil para mim perder a minha mãe. Ela estava dentro de casa, que caiu e ela não sobrevieu”, lembrou-se.

Há quase seis anos em Manaus, Smith, contou que o país ainda não conseguiu se erguer. Por isso, ele não pensa em retornar, mas em ajudar os familaires que ainda estão lá. “Penso em voltar só para ajudar meu povo e trazer minha família para cá. Aqui é mais fácil de viver”, afirmou. Fluente em inglês e Francês, Smith conta que conseguiu emprego logo que chegou.  “Consegui emprego, foi fácil. Sou garçom e também tradutor, falo francês e inglês”, revelou.

Culinária típica

Para matar a saudade da culinária haitiano, após tanto tempo próximo a paróquia, a cozinheira haitiana Michelle de Diaz Rocher, preparou pratos típicos do Haiti e reuniu os amigos para celebrar a vida.  “Fiz um café com leite e um bolo especial de pão com uva, que para nós, significa a paz para que todos tenhamos paz no coração. É uma coisa simples para nos reunirmos e comemorar o dia em que sobrevivemos”, disse.

As responsáveis pelo cardápio típico das comemoraçoes
As responsáveis pelo cardápio típico das comemoraçoes

teve muito auxílio dos brasileiros para recomeçar. “Quando lembro dos amigos e tudo que passamos, fico triste e choro. Mas, hoje fizemos esta reunião para que todos haitianos lembrem que somos um povo, que somos fortes, não podemos pensar negativo. Haiti é um grande país, passamos momentos dificies, mas sobrevivemos em nome de Deus e graças ao auxílio do povo brasileiro que nos apoiou”, disse.

Solidariedade bem vinda

O padre Valdeci Molinari informou que 8.500 haitianos foram acolhidos pela paroquia após o terremoto. Na época, a igreja recebia uma média de 1 mil refugiados por mês. De acordo com Molinari, atualamente, este número reduziu drasticamente, variando de 15 a 18 pessoas. Desta forma, quem pode doar alimentos como arroz, feijão, óleo, macarrão, açúcar ou mesmo possibilitar uma oportunidade no mercado de trabalho para os imigrantes, será bem vindo. “A gente continua necessitando desta presença generosa e bondosa que o povo de Manuas manifestou”, afirmou.

Durante a celebração, o padre agradeceu o apoio da população aos imigrantes. “É uma celebração que a gente agradece a Deus por todo o gesto de solidariedade que ao longo destes 6 anos teve presente na vida do povo de Manaus. Esta missão não poderia  acontecer se não fosse a colaboração, partilha e generosidade de tantas pessoas de Manaus que ainda continua, porque a migração não parou”, afirmou o padre.

A missa em agradecimento reuniu sobreviventes e familiares das vítimas do terremoto. “A gente esta manifestando nesta celebração, toda nossa confiança em um Deus que anima na esperança. E, iremos rezar pedindo que o povo haitiano mantenha vivo esta esperança”, fianlizou. As doações serão recebidas na paróquia São Geraldo, na Avenida Constantino Nery, Zona Centro-Sul de Manaus.

Pe. Valdeci Molinari, o grande padrinho dos haitianos em Manaus
Pe. Valdeci Molinari, o grande padrinho dos haitianos em Manaus

Nesta terça feira, O Haiti honrou, a memória dos mais de 200 mil mortos no devastador terremoto que completou seis anos e destruiu a área metropolitana da capital de Porto Príncipe e o sudeste do país.

Tragédia revelou fraquezas

“Viemos para mostrar nosso respeito por todos aqueles que perdemos, mas, sobretudo, para contemplar o fato de que temos uma responsabilidade sobre o que aconteceu, porque não construímos corretamente, não estávamos bem preparados”, admitiu o presidente Michel Martelly, no encerramento da comemoração oficial.

A tragédia nacional revelou as fraquezas estruturais do Estado deste país mergulhado na extrema pobreza e continua causando dor e críticas.

“Seis anos mais tarde ainda não sabemos o número exato dos nossos mortos, nem todos seus nomes”, condenam, em uma declaração conjunta, organizações feministas que perderam várias de suas mais importantes ativistas em 12 de janeiro de 2010.

Nesse dia, um terremoto de 7 graus na escala Richter destruiu mais de 300 mil prédios. Mais de 200 mil pessoas morreram, e mais de 1 milhão de pessoas ficaram desabrigadas.

Quase 60 mil haitianos ainda vivem em cerca de 30 campos para desabrigados, segundo o último relatório da Organização Internacional de Migrações e da Defesa Civil haitiana, publicado em 31 de dezembro.

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