Governo quer intervenção um dia após FIFA punir Nigéria

10-07fifaBrasília – O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, acaba de assumir uma posição arriscada para o futebol brasileiro. Um dia depois de a Fifa ter suspendido a Federação de Futebol da Nigéria de todas as suas atividades – que inclui da participação em competições internacionais até a organização de campeonatos internos -, Rebelo defendeu “a volta da presença do Estado” brasileiro nas atividades de organização do futebol.
– A Lei Pelé tirou do Estado qualquer tipo de poder de atribuição e poder de intervenção. Se depender de mim, não teríamos tirado o Estado completamente dessa atribuição. Se depender de mim, parte dessa atribuição deve voltar, defendeu Aldo. Ele não reconheceu que isso significaria, na prática, uma intervenção direta do governo na CBF.

Ocorre que a suspensão da Fifa sobre a entidade nigeriana se deu exatamente porque houve interferência estatal nos assuntos do futebol. No caso, a decisão do presidente Goodluck Jonathan de demitir todos os dirigentes da entidade nacional. O motivo foi a saída da Nigéria na fase de oitavas de final do Mundial.

O mesmo argumento de não intervenção, entretanto, foi usado pelos governantes da Nigéria:

– Faremos o nosso melhor para que a Fifa saiba que não há interferência do governo, não temos essa intenção. E posso assegurar que não irá interferir além de fazer o que é necessário legalmente pelas regras da Fifa, além de garantir que haja uma atmosfera pacífica – disse o ministro dos Esportes, Tammy Danagogo.

Entre as possibilidades de intervenção estatal nos rumos do futebol brasileiro, o ministro citou a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte. Rebelo também pediu por uma legislação que permita que jovens menores de 14 anos possam morar em centros de treinamento dos clubes (o que é proibido hoje) e adoção de medidas que diminuam o fluxo de garotos brasileiros indo jogar, ainda nas categorias de base, no exterior.

– Nós importamos mão de obra e exportamos da Europa serviços do futebol. Não pode ser assim. Exportamos nossos craques, muitos ainda em formação. Fiquei sabendo que parte importante da nossa geração sub-15 já está no exterior. Nossa legislação facilita isso.

Fonte: Brasil 247

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.