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Manaus – O governador do Amazonas, Omar Aziz, lançou nesta terça-feira (26), na sede do Governo, um novo projeto de residência agrária que vai aumentar a oferta de acompanhamento especializado e transferência de tecnologia a produtores agrícolas do Estado. Com aporte de R$ 22 milhões para a contratação de 180 profissionais, a meta é alcançar 17 mil famílias e impulsionar os resultados do setor até 2014.
“Com esse investimento em conjunto, tecnologia e conhecimento, teremos condições de produzir mais. Se um município produz uma tonelada de peixe, poderemos triplicar, por exemplo. Vamos espalhar essa assistência técnica pelo interior, conforme a potencialidade de cada região”, afirmou o governador.
A residência agrária vai ser viabilizada por meio do Programa Estratégico para Transferência de Tecnologia (Pro-Rural), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), e faz parte do programa Amazonas Rural. O acompanhamento ao agricultor vai complementar o trabalho realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Amazonas (Idam). Dos 180 profissionais a serem contratados, 170 serão técnicos recém-formados de nível médio e superior e dez coordenadores especialistas.
Para aumentar ainda mais a oferta de assistência técnica aos pequenos agricultores, o governador Omar Aziz vai convocar os prefeitos a participarem do programa contratando mão de obra qualificada para atender as necessidades do município. “Vou conversar com os prefeitos para firmar as parcerias. O Estado contrata e a prefeitura terá de contratar vendo a vocação de cada região”, disse.
Omar Aziz ressaltou que o Governo Estadual também vem fazendo investimentos para melhorar o escoamento da produção, com a abertura e recuperação das estradas vicinais, e também no fomento à produção, com a desburocratização do financiamento para o pequeno produtor na Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam).
“Eu tomei uma decisão. Apertou nossa mão, se for calejada, pode dar o dinheiro que for necessário. É trabalhador e tem direito de conseguir. Esse trabalhador que rema, pega na enxada, tem que ter crédito para poder produzir e viver melhor. Não precisa ter nada para colocar como garantia. Essa é a nossa realidade. Não temos que fazer o caboclo do interior se ajustar à realidade da burocracia do governo. É a burocracia que tem que se ajustar ao caboclo para ele produzir”, enfatizou Omar Aziz.
Programa – O Pro-Rural é realizado em parceria entre as secretarias estaduais de Produção Rural (Sepror) e Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fapeam. Abrange as áreas de culturas alimentares, juta e malva, pecuária sustentável, piscicultura, manejo madeireiro, avicultura, borracha, fruticultura, e horticultura. Haverá também apoio para as áreas de organização social e comercialização.
O objetivo é potencializar a produção em bases sustentáveis, com a disponibilização de tecnologias desenvolvidas em centros de pesquisas, como a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Federal do Amazonas (Ifam).
Os agentes vão receber capacitação nas tecnologias desenvolvidas pelos centros de pesquisas nas respectivas áreas e, sob a orientação dos coordenadores doutores, disseminá-las entre os produtores. Além de acessíveis, as novas tecnologias priorizam a diminuição do impacto ambiental na atividade produtiva.
Para o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, com o acesso às novas técnicas de produção, os agricultores amazonenses terão melhores condições e será possível avançar economicamente. “Isso é um compromisso com a interiorização. A maior parte dos agricultores amazonenses é formada por pequenos agricultores familiares que não têm dinheiro para pagar pela assistência técnica, uma etapa fundamental para potencializar o setor”, disse.
Com o projeto, o número de técnicos atuando no interior do Estado irá dobrar. Para atuar nas comunidades, os agentes vão receber bolsas da Fapeam, que variam de R$ 1,2 mil para nível técnico e R$ 2,4 mil para os especialistas de nível superior ligados a uma das áreas de atuação do programa. Esses profissionais deverão passar pelo menos 15 dias úteis nas comunidades. A previsão é de que os técnicos já estejam em campo em maio deste ano. Na seleção dos agentes, será dada prioridade a profissionais do interior do Estado.
Os R$ 22 milhões disponibilizados são para o pagamento de três anos de bolsa para logística de deslocamento. Todos os 62 municípios serão beneficiados tanto na geração de emprego e renda quanto na questão de absorção de tecnologias novas que ainda não estão disponíveis aos produtores.