Força-tarefa avalia situação de indígenas venezuelanos acampados próximo à rodoviária

Uma força-tarefa composta por profissionais do projeto Consultório de Rua, da Secretaria Municipal de Saúde, técnicos da Secretaria da Mulher, Assistência Social e Direitos Humanos (Semmasdh), em parceria com técnicos da secretaria estadual de Justiça, Direitos e Cidadania (Sejusc) realizou, na tarde desta segunda-feira (13/03), mais uma abordagem para averiguar a situação dos indígenas venezuelanos acampados desde o início de fevereiro nas imediações do Terminal Rodoviário de Manaus, localizado na avenida Djalma Batista, zona Centro-Sul da cidade.

A avaliação constatou, inicialmente, um aumento no número de indivíduos. No dia 15 de fevereiro, só na área da Rodoviária, eram 21 pessoas, sendo dez adultos, quatro jovens e sete crianças. Hoje já são 11 famílias, totalizando 35 pessoas entre adultos, jovens e crianças. Em toda a cidade, são 31 famílias – aproximadamente 117 indígenas que saíram da aldeia Warao, no Delta do rio Orinoco, nordeste da Venezuela, para fugir da crise que afeta a economia daquele país.

“Qualquer pessoa vivendo nas ruas está exposta ao risco de doenças, entre outros problemas. Nesse caso específico, o agravante é o fato de que essas pessoas vieram de outro país, de uma aldeia indígena, da qual não temos muitas informações, por isso estamos fazendo esse monitoramento”, explicou o secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão.

A chefe do Núcleo de Saúde dos Grupos Especiais da Semsa, Wanja Leal, que coordenou a equipe, explicou que desde a identificação da existência do grupo na cidade, começou a ser feito um levantamento do quantitativo de pessoas nessas condições, mas que ainda não foi possível estabelecer um número exato em razão da mobilidade dos que já estavam aqui e chegada de novos indígenas.

“Independente de quantos sejam, o importante é que desde o início estamos monitorando e acompanhando, para que possamos traçar o perfil epidemiológico dessas pessoas e dar o encaminhamento necessário no que a atenção primária puder auxiliar essas famílias”, apontou Wanja.

Amanhã (terça-feira, 14/02), a única grávida do grupo e as crianças serão atendidas na Unidade Básica de Saúde Mansour Bulbol. Ela fará o acompanhamento pré-natal e as crianças receberão as vacinas necessárias.

O projeto “Consultório na Rua”, da Semsa, desde 2015 faz a articulação, dentro da rede de atenção, de medicações, consultas ou exames para pessoas em situação de rua.

Os indígenas resistem à ideia de sair das ruas, onde conseguem,com facilidade, doações de roupas, alimentos e até dinheiro, além de vender o artesanato que produzem.

O grupo apresentou protocolo de solicitação de refúgio, atendendo a uma orientação que receberam em Boa Vista/RR, por onde também passaram, para não correrem o risco de deportação.

Durante a abordagem, missionários da Organização Não Governamental Ame Amazonas, administrada pelas Igreja Evangélicas Bola de Neve e Presbiteriana, esteve no local para oferecer abrigo em quitinetes que possuem no bairro Nossa Senhora de Fátima, próximo ao Terminal 4, zona Norte. Oito pessoas concordaram em ir ao local para conhecer. Caso estejam de acordo, ficarão abrigados, juntamente com suas famílias – o que totaliza 21 pessoas.

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