Manaus, AM – A Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT – HVD), avança em pesquisas científicas para erradicar o tipo mais grave de malária transmitida por meio do plamodium falciparum (protozoário parasita que causa a malária).
A informação foi dada nesta segunda-feira (21), pela diretora-presidente daquela instituição, Graça Alecrim, durante o evento de inauguração do Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema.
“Estamos trabalhando junto com o Ministério da Saúde na tentativa de erradicar do Brasil oplamodium falciparum. Essa é uma meta importantíssima que vai nos ajudar bastante no controle da malária e se nós conseguirmos erradicar a malária falciparum – que é a mais grave e a que mais mata -, nós trabalharemos apenas no controle da malária vivax (tipo mais comum e a menos grave de malária)”, revelou Graça Alecrim que também é infectologista.
Para a médica, o novo instituto vai ajudar a alavancar a pesquisa, a assistência e o ensino com novas tecnologias, além de facilitar atrativos para mais recursos no âmbito da pesquisa no Estado. Hoje, a FMT trabalha com mais de 100 projetos de pesquisas em todas as áreas de doenças infecto contagiosas e parasitárias e com estudos voltados para doenças tropicais, como: malária, dengue, doença de Chagas, febre amarela, leishmaniose, HIV – AIDS, tuberculose, entre outras.
Recursos financeiros
A entrega do Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema contou com recursos do Governo Federal, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e Fundo de Promoção Social (FPS).
Forem seis anos de espera para a conclusão do prédio que conta com um laboratório de malária de 400m2, laboratório de esterilização, fluxomêtros, câmara fria, bancadas, auditório com capacidade para 176 pessoas, salas de treinamento para técnicos de microscopia, salas de apoio para estudantes e professores e área administrativa. Ao todo, o Instituto possui 1.950 m². O projeto do prédio segue os padrões de acessibilidade para portadores de necessidades especiais, inclusive com elevador.
“Sem dúvida alguma esse Instituto vai contribuir para a pesquisa e a saúde no Estado do Amazonas no que se refere à Fundação de Medicina Tropical. Esse é um bom investimento e, investindo em saúde, estamos dando mais qualidade de vida à população.
É dessa forma que estamos trabalhando e hoje, ao completarmos 100 dias da minha gestão, podemos participar desse ato homenageando ao doutor Carlos Borborema. Essa é uma homenagem justa para alguém que se dedicou tanto ao Estado do Amazonas”, disse o governador David Almeida, após o ato de descerramento da placa de inauguração do novo instituto de pesquisa do Amazonas.
Familiares do Borborema
O evento contou também com a presença de familiares do doutor Carlos Augusto Teles de Borborema, do secretário de Saúde do Amazonas, Vander Alves, do diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Renê Levy Aguiar, da diretora-presidente do Fundo de Promoção Social (FPS), Socorro Siqueira, do ex-secretário de Saúde, Wilson Alecrim e de várias autoridades.
O Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema recebeu recursos do Governo Federal, da Fapeam e do Fundo de Promoção Social. O empreendimento levou seis anos para ser concluído.
Referência internacional
A FMT-HDV possui projetos conveniados com várias instituições, inclusive internacionais. São elas: Instituto Butantan, FioCruz, Organização Mundial de Saúde (OMS), Bill & Melinda Gates, entre outras.
“Também temos convênios com grandes laboratórios para o tratamento da malária, além de parcerias com todas as universidades públicas e privadas não só do Amazonas como de outras localidades. A FMT-HDV é hoje uma instituição de referência nacional e internacional no tratamento e pesquisas de doenças infeccionas e parasitárias.”, revelou a presidente Graça Alecrim.
Para o diretor de Ensino e Pesquisa da FMT- HDV, Marcos Lacerda, a principal mudança que ocorre com a criação do Instituto de Pesquisa Clínica é que não será mais feito estudos de apenas uma única doença.
“A gente tem colocado doenças que não eram estudadas no passado e hoje são alvo desses estudos. É o exemplo da tuberculosa e do HIV que são doenças que existiam no Estado, mas nunca tinham sido abordadas com a pesquisa clínica, no desenvolvimento de novas drogas e com novas formas de diagnóstico.
Hoje o instituto muda a lógica de como era a Fundação de Medicina Tropical onde cada laboratório que se dedicava a uma única doença”, esclareceu Marcos Lacerda.
De acordo com Lacerda, com a entrega do novo Instituto de Pesquisa, o Amazonas ganha com a formação de mais profissionais e tem capacidade para 50 estudantes, além de profissionais vindos de fora do Estado. “Isso faz com que a gente consiga trazer mais financiamento e é importante lembrar que a maior parte do financiamento utilizado em pesquisa hoje no Instituto é internacional”, explicou o diretor de ensino e pesquisa.
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