Curitiba, PR – O juiz Sérgio Moro condenou o ex-deputado fedral Andreé Vargas (PT) e mais duas pessoas por lavagem de dinheiro e corrupção. É a primeira condenação de um político por envolvimento na Lava Jato.
O ex-deputado federal do PT André Vargas foi condenado a 14 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, e vai pagar multa.
Ele está preso desde abril, em Curitiba. Também foram condenados pelos mesmos crimes Leon Vargas, irmão de André Vargas, e o publicitário Ricardo Hoffmann.
Os dois também pagarão multa. O juiz Sérgio Moro afirmou que André Vargas usou a influência como deputado para que a agência de publicidade dirigida por Ricardo Hoffmann firmasse contratos com a Caixa Econômica Federal e com o Ministério da Saúde. Em troca, o ex-deputado recebeu mais de R$ 1 milhão em propina.
Sérgio Moro afirmou ainda que André Vargas também recebeu propina quando foi vice-presidente da Câmara dos Deputados, entre 2013 e 2014, período em que praticou a maior parte dos crimes. Uma cena marcante de André Vargas foi na abertura dos trabalhos na Câmara, em 2014.
Na presença do então presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, ele repetiu o gesto feito por condenados no julgamento do Mensalão do PT.
Por mais de uma vez, ergueu o punho cerrado. Na sentença, o juiz Sérgio Moro lembrou que, nessa época, o ex-deputado já recebia propina, mostrando uma personalidade desrespeitosa às instituições da Justiça. Logo depois, o nome de Vargas apareceu nas investigações da Lava Jato, ligado ao doleiro Alberto Youssef. Pressionando, Vargas deixou o PT e, já sem partido, foi cassado.
A defesa de Ricardo Hoffmann disse que ainda vai analisar a decisão.
O advogado de Leon Vargas disse que a sentença é infundada e descabida e que vai recorrer.
O Jornal Nacional não conseguiu contato com a defesa de André Vargas.
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