Esperança na vacina de Oxford ‘fortes respostas imunes’ em voluntários idosos em testes de fase 2

Pesquisadora de Oxford faz análise da vacina desenvolvida para o coronavírus, em 25 de junho. Foto: reprodução internet

Etapa verifica a segurança e a capacidade da vacina de gerar uma resposta do sistema de defesa. Laboratório parceiro da universidade britânica afirmou que resultado é ‘encorajador’; vacina está na última fase de testes no Brasil.

A Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca anunciaram, nesta segunda-feira (26), que a vacina que estão desenvolvendo contra a Covid-19 induziu “uma forte resposta imune” em idosos durante testes de fase 2 feitos no Reino Unido. Os resultados preliminares dos testes serão publicados “nas próximas semanas” em revista científica, segundo a Oxford.

A vacina de Oxford é uma das quatro que passam por testes de fase 3 no Brasil – a última etapa antes que possa ser liberada para uso geral.

No Reino Unido, ela foi testada em pessoas com idades de 56 a 69 anos e em um segundo grupo, com idosos com 70 anos ou mais. Os resultados preliminares dos testes foram discutidos pelo pesquisador Andrew Pollard, um dos coordenadores do estudo na universidade, em uma conferência.

Em julho, a universidade já havia divulgado resultados em voluntários mais novos, com idades de 18 a 55 anos de idade.

A fase 2 dos testes de uma vacina verifica a segurança e a capacidade dela de gerar uma resposta do sistema de defesa. Normalmente, ela é feita com centenas de voluntários. Já a fase 1 é feita em dezenas de pessoas, e a 3, em milhares.

A AstraZeneca afirmou que o resultado é “encorajador”.

“É encorajador ver que as respostas de imunogenicidade foram semelhantes entre adultos mais velhos e mais jovens e que a reatogenicidade [geração de efeitos adversos] foi menor em adultos mais velhos, nos quais a gravidade da Covid-19 é maior”, disse um porta-voz do laboratório.

As vacinas em testes contra a Covid-19 têm buscado estimular duas respostas do sistema de defesa: uma é a geração de anticorpos que neutralizem o novo coronavírus (Sars-CoV-2), e a outra é a resposta do sistema imune celular, que envolve as células T.

A resposta imune foi vista “em ambas as partes do sistema imune”, segundo Oxford.

De acordo com Oxford, os ensaios que ainda estão ocorrendo vão fornecer mais dados sobre a vacina, mas o resultado inicial “representa um marco importante e nos garante que a vacina é segura para uso e induz fortes respostas imunológicas em ambas as partes do sistema imunológico em todos os grupos de adultos”.

Como funcionam as 3 fases
Nos testes de uma vacina – normalmente divididos em fase 1, 2, e 3 – os cientistas tentam identificar efeitos adversos graves e se a imunização foi capaz de induzir uma resposta imune, ou seja, uma resposta do sistema de defesa do corpo.

Os testes de fase 1 costumam envolver dezenas de voluntários; os de fase 2, centenas; e os de fase 3, milhares. Essas fases costumam ser conduzidas separadamente, mas, por causa da urgência em achar uma imunização da Covid-19, várias empresas têm realizado mais de uma etapa ao mesmo tempo.

Antes de começar os testes em humanos, as vacinas são testadas em animais – normalmente em camundongos e, depois, em macacos.

amazonianarede

G1

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