
Catalunha, Espanha – Pelo segundo dia seguido, milhares de pessoas saíram às ruas de Barcelona para exigir o direito de votar numa consulta popular considerada ilegal pelo governo espanhol.
Diante de uma das maiores crises políticas da Espanha desde o fim da ditadura de Franco, e da volta da democracia, há quatro décadas, o governo de Madri não cede: pretende mandar quatro mil policiais para a Catalunha, em dois navios fretados da Itália.
O primeiro-ministro Mariano Rajoy afirma que o plebiscito sobre a independência, considerado ilegal pela Justiça, nunca vai acontecer.
Depois da tensão das últimas 48 horas, pela primeira vez os líderes catalães reconheceram que os planos para fazer a consulta popular, no dia 1º de outubro, estão ameaçados.
Não só pela repressão do governo central, que na quarta-feira (20) mandou prender altos funcionários regionais, mas também porque a guarda civil espanhola apreendeu o material que seria usado no plebiscito.
Acenando a bandeira vermelha e amarela da região autônoma, 40 mil catalães fizeram um longo protesto em Barcelona, exigindo a libertação dos 14 ministros, entre eles o representante da economia regional.
Pesquisas mostram que mais de 40% da população da Catalunha, de 7,5 milhões de habitantes, apoiam a independência, embora uma maioria queira um plebiscito.
O tenista Rafael Nadal comentou que não consegue imaginar a Espanha sem a Catalunha, e a Catalunha sem a Espanha.
O governo de Madri estaria oferecendo vantagens econômicas à Catalunha para que a região desista de se separar do território espanhol.
A União Europeia e o governo da França manifestaram nesta quinta-feira (21) apoio à Espanha unida.
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