
Amazonas – O número de pessoas afetadas pela cheia deste ano no Amazonas já chega a 45 mil, segundo divulgou a Defesa Civil do Estado na manhã desta quinta-feira, cinco cidades decretaram estado de emergência devido a subida das águas.
Segundo a Defesa Civil, aproximadamente 800 famílias estão desabrigadas nesses municípios. A previsão é que o número de localidades em emergência suba ainda mais nas próximas semanas.
Até hoje, quinta-feira, 20, 45 mil famílias estão sofrendo com as consequências da enchente, e estão em situação de emergência no municípios de Itamarati, Guajará, Ipixuna e Eirunepé.
A Defesa Civil apontou que nessas cidades – que integram a Calha do Juruá – 9.328 famílias (45 mil pessoas), estão sendo afetadas.
Outras cidades que pertencem à região do Alto Solimões – cortadas pelo Rio Purus -, como Tabatinga, Benjamim Constant, São Paulo de Olivença e Tonantins, estão em atenção máxima.
Segundo o secretário-adjunto da Defesa Civil, Hermógenes Rabelo, nas próximas duas semanas ou daqui a um mês, as cidades do Alto Solimões devem entrar em situação de emergência, elevando para 195 mil o número de pessoas afetadas. “Estamos com equipes da Defesa Civil fazendo a avaliação. Caso necessário, vamos mobilizar a estrutura do estado para atender toda a população afetada”, informou.
Rabelo confirmou que a cheia está prejudicando as aulas nos municípios – em algumas localidades, as escolas chegaram a suspender as atividades. “As escolas ribeirinhas estão alagadas. A ideia agora é construir escolas adaptadas para essa situação de subida dos rios”, disse, apontando ainda que muitas das 800 famílias desabrigadas estão alojadas em ambientes como ginásios.

As cinco cidades afetas pela enchente deste ano já receberam da Defesa Civil do Amazonas 16 toneladas de alimentos e outro carregamento já está sendo providenciado.
Perda na produção rural
Segundo o titular da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Valdenor Cardoso, estão sendo avaliadas as perdas na produção de alimentos nas cidades afetadas. “Estamos, há alguns anos, fazendo projetos para que o produtor passa produzir em terra firme. É um processo acumulativo, por repetição. Tivemos obstaculo em 2009 e em 2012. Esse produtor precisa ter esse plano B de produção em terra firme. É um processo lento”, disse.
O secretário informou ainda que, em muitas localidades, a produção nas áreas várzea – áreas naturamente alagadas – já foi perdida. “A produção dessas áreas já está alagada com mais de dois palmos de água. Por isso, as providências do passado, na questão do débito, serão realizadas novamente. Em tese, nas experiências passadas, teremos juros mais em conta, apoio da comercialização e transporte da produção, e anistia do crédito rural”, ressaltou Cardoso.

De acordo com o secretário, em razão da cheia, alguns produtos de cidades do interior do Amazonas podem deixar de chega à capital, entre eles melancia e farinha. “Estamos vendo mecanismos de estimular vindas de produtos de outras regiões ou outros estados”, disse.
Amazonianarede-com informações da TVAM