Manaus, AM – Em visita a capital amazonense, o ex-atacante do Vasco e da Seleção, agora senador Romário, falou dobre o duele Brasil e Argentina pelas Eliminatórias Sul-Americana da Copa do Mundo, que devido a chuva de ontem em Buenos Aires, ficou para hoje no mesmo horário.
Sobre o jogo, Romário brincou com o número que sempre usou quando vestiu amarelo. Ao ser questionado sobre o placar, durante uma visita a Manaus para um evento particular, o Baixinho afirmou que gostaria de ver o time de Dunga aplicar um “11 a 0” sobre os rivais. Mas, em seguida, emendou dizendo que espera um jogo “apertado”. A partida válida pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 está marcada para as 22h (horário de Brasília), no Monumental de Nuñez. – Na verdade eu gostaria que fosse 11 a 0.
Sempre que jogar contra a Argentina, tem um gostinho diferente, mas com certeza é jogo difícil. Brasil vai ganhar, mas vai ser jogo apertado – previu o ex-atacante, agora senador. Na lista dos atuais convocados, Romário destaca Neymar, mas avisa que só ele não resolve. Para o ex-atacante, faltam jogadores que “façam a diferença”. Ao comentar o grupo comandado por Dunga, o Baixinho afirmou que a seleção sempre teve “três ou quatro grandes jogadores em campo”:
– O Neymar é o nosso grande nome. É o jogador que tem um futuro melhor no nosso futebol, presente, é claro. Mas, infelizmente, futebol se joga com, no mínimo 11. Só um não pode sempre fazer a diferença. Na história do futebol brasileiro, nenhuma seleção teve menos de três ou quatro grandes jogadores em campo. Temos bons jogadores, mas não jogadores que façam a diferença do nível do Neymar. A gente sempre tem que esperar uma inspiração do Neymar e que o time adversário não esteja no seu dia, senão é difícil vencer – opinou.
Falta personalidade
Romário voltou a criticar o que considera uma falta de personalidade da seleção brasileira:
– O futebol brasileiro não tem personalidade há alguns anos. E isso só se confirmou na Copa do Mundo e na última Copa América. Eu acredito que, se não mudar a mentalidade dos jogadores; se o jogador que for convocado para a seleção vier para fazer o papel de robô, a Seleção só vai ganhar porque é a Seleção Brasileira – e sempre vai ter um respeito muito grande.
Mas se a gente for esperar personalidade em campo, aquele futebol de grande técnica, como a gente já teve há alguns anos atrás, infelizmente isso não vai acontecer nunca.
A gente sempre tem que esperar uma inspiração do Neymar e que o time adversário não esteja no seu dia, senão vai é difícil vencer
Romário
Questionado sobre a atual convocação e ajustes que faria, Romário preferiu não citar nomes. O ex-jogador limita-se a comentar sobre convocações repentinas:
– Não tenho acompanhado muito o dia a dia do futebol. Não vou dizer injustiçado, mas, na minha opinião, há jogadores que poderiam ser convocados e não foram. Se você for ver bem, muitos que foram convocados ultimamente, um mês depois são vendidos por uma fortuna. Muitos deles nem voltam mais à Seleção.
“Cometeram vários crimes”
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também esteve com Romário (PSB-RJ) em Manaus nesta quinta-feira.
Na noite anterior, conseguiram assinaturas suficientes para garantir a prorrogação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura irregularidades no futebol brasileiro. A vitória do presidente da CPI aconteceu depois de a sessão que votaria diversos requerimentos de quebra de sigilo ser adiada por falta de quórum.
Na lista dos requerimentos feitos no último dia 9 estão cartolas do alto escalão da CBF e até o Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014. Mas também estava prevista a votação da quebra de sigilo de Ricardo Teixeira, que já havia sido solicitada. Romário repetiu o que disse após encerrar a sessão no Senado, afirmando que o futebol brasileiro está em “péssimas mãos”. Ele citou ainda que pessoas envolvidas no futebol “cometeram vários crimes”.
– Com as informações que chegaram das quebras de sigilo bancário e fiscais das pessoas que nós já conseguimos, eu posso afirmar que o futebol brasileiro está em péssimas mãos. As pessoas que envolvem o futebol – e não é só de agora, mas dos últimos dez anos – enriqueceram. E essas pessoas cometeram vários crimes – comentou o parlamentar.
Destacou investigados
– Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero, Wagner Abraão… Não me lembro todos agora. Mas podem ter certeza: todos aqueles que vêm fazendo o nosso futebol chegar a esse momento que chegou fora de campo serão expostos. Sobre a prorrogação por 180 dias da CPI do Futebol, o senador afirmou:
– A prorrogação dessa CPI é de grande importância e relevância. Vamos ter, daqui pra frente, mais quebras de sigilos bancários, fiscais e telefônicos. Vamos descobrir, realmente, quem faz mal para o futebol brasileiro. No nosso relatório – pelo menos no meu – vamos dizer, quem são as pessoas que têm que pagar pelos seus crimes.
Amazonianarede-G1,AM/Esporte/Isaabella Pina
