Delações apontam que a construção da Arena da Amazônia teve acordo entre construtoras

A Arena da Amazonica, que recebeu jogos da Copa e das Olimpíadas é considerada uma das belas Arenas do Basil

Brasil – O ex-presidente do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, relatou a existência de um acordo entre a construtora e outra empresa do segmento, a Andrade Gutierrez, para frustrar a concorrência na licitação associada à construção da Arena da Amazônia.

O estádio, que teve obras coordenadas pela Andrade Gutierrez, recebeu quatro jogos da Copa do Mundo em 2014 e seis da Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016.

O G1 aguarda posicionamento do Governo do Amazonas. A Andrade Gutierrez disse que não vai comentar o assunto. Em nota, a Odebrecht diz que “a empresa está colaborando com a Justiça. Já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades brasileiras e da Suíça e com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos”.

O depoimento número nove de Benedicto consta na petição 6.709. No documento, o ex-colaborador da Odebrecht afirma que a Andrade Gutierrez sabia que a outra construtora não tinha interesse na construção de estádios mediante contratação pública, à exceção do Maracanã, no Rio de Janeiro.

Na delação, Benedicto aponta ainda que a Andrade Gutierrez não tinha interesse em operar as arenas e, por isso, não participaria de concorrências público-privada com essa finalidade.

Andrade Gutierrez

O ex-colaborador da Odebrecht afirma ter sido procurado por um representante da Andrade Gutierrez, que pediu uma proposta de cobertura da Arena da Amazônia. Benedicto confirmou ainda ter autorizado um executivo da empresa a providenciar a apresentação da proposta de cobertura do estádio. Essa proposta teve auxílio de informações prestadas por outro colaborador da Andrade Gutierrez.

Os custos de construção da Arena da Amazônia, segundo o governo, foram de R$ 660,5 milhões.

O ministro e relator da Operação Lava Jato, Luiz Edson Fachin, apontou incompetência do Supremo Tribunal Federal (STF) para essa investigação, e encaminhou a delação de Benedicto para a Procuradoria-Geral da República no Amazonas

Lista de Fachin

Ao todo, 201 pedidos de inquérito foram remetidos a instâncias inferiores da Justiça Federal em todo o país. Relator da Lava Jato no Supremo, o ministro Edson Fachin também determinou a abertura de 76 inquéritos contra políticos e autoridades com base nas delações de ex-executivos da Odebrecht, informou a assessoria do STF.

O ministro enviou de volta à PGR outros 11 pedidos de investigação para nova análise. Outros 25 pedidos foram mantidos sob sigilo, por risco de atrapalhar as investigações. Foram arquivados 7 casos envolvendo autoridades, a pedido da PGR, por falta de indícios da ocorrência de crimes.

Amazonianarede-G1

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