Curso aborda ameaças fitossanitárias à citricultura no Amazonas

(Por: Felipe Rosa)

Duas das principais ameaças fitossanitárias para a citricultura, a CVC (Clorose Variegada dos Citros) e o HLB (Huanglongbing), estão em pauta nesta quinta-feira e sexta-feira (05 e 06 de dezembro), no Amazonas.

Trata-se do Curso “Ameaças Fitossanitárias à Citricultura do AM”, que tem como objetivo capacitar técnicos da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) e do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) sobre o reconhecimento e manejo das duas pragas.

A capacitação é promovida pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) e Embrapa Amazônia Ocidental, e acontece no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, que apoia a atividade.

A programação do curso conta com quatro palestras. O pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura apresenta o tema Impacto e Consequências da CVC sobre a Citricultura do Amazonas; a pesquisadora do Inpa, Malu Feitosa, ministra a palestra Levantamentos de Cigarrinha da CVC e seus Inimigos Naturais no Amazonas; o representante do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), Renato Bassanezi, fala sobre Huanglongbing dos Citros: Importância, Reconhecimento e Manejo; e o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Marcos Garcia, explica como fazer o Monitoramento de Vetores de CVC e HLB com Armadilhas Adesivas.

A capacitação conta, ainda, com visita a pomares de citros em Rio Preto da Eva, principal produtor do Estado, e Iranduba.

CVC

Conforme informações da Embrapa Mandioca e Fruticultura, a CVC foi constatada pela primeira vez no Brasil em 1987, em pomares de Colina (SP), e logo depois no Triângulo Mineiro e nas regiões Norte e Noroeste do Estado de São Paulo. Os sintomas de clorose na face superior das folhas, correspondentes a bolhosidades cor de palha na face inferior, designou o nome da doença, que vem causando significativas perdas na citricultura brasileira.

Os sintomas da CVC se caracterizam por pequenas manchas amareladas, espalhadas na parte superior da folha e que correspondem a lesões de cor palha no verso. Essas manchas podem evoluir para lesões de cor palha dos dois lados da folha. Com o avanço da doença, pode ocorrer desfolha dos ramos mais altos da planta. Os frutos são pequenos e duros, e não servem para consumo in natura ou para utilização na indústria de suco concentrado.

A CVC é causada por uma bactéria identificada como Xylella fastidiosa subsp.pauca. A bactéria é transmitida por cigarrinhas.

As principais fontes de inóculo da CVC são mudas infectadas e pomares mais velhos com alguma incidência da doença. O controle ou a convivência com a CVC deve ser realizado mediante a integração de várias medidas, sendo a mais importante a utilização de mudas sadias, certificadas, adquiridas em viveiristas credenciados.

HLB

Segundo a Embrapa Mandioca e Fruticultura, o HLB foi detectado no Brasil em 2004 e é causado pelas bactérias Candidatus Liberibacter americanus ouCandidatus Liberibacter asiaticus, que se multiplicam no floema das plantas afetadas. A transmissão se dá por meio de material propagativo e por insetos psilídeos.

Plantas afetadas exibem folhas com coloração amarela pálida, com áreas de cor verde, formando manchas irregulares (mosqueadas). A doença evolui para a desfolha dos ramos afetados. O fruto fica deformado e assimétrico. Cortando-se um fruto afetado no sentido longitudinal, é possível verificar internamente filetes alaranjados que partem da região de inserção com o pedúnculo (haste que segura o fruto). A parte branca da casca, em alguns casos, apresenta uma espessura maior que o normal. Também ocorre redução no tamanho dos frutos e intensa queda. É comum a ocorrência de sementes abortadas. O fruto pode apresentar internamente diferença de maturação nas diferentes partes, ou seja, ter um dos lados maduro (amarelo) e o outro ainda verde.

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