Melo Horizonte -O Sada Cruzeiro é mais uma vez o campeão brasileiro no vôlei masculino. Jogando em casa e com um Mineirinho inflamado, o time celeste até sofreu e chegou a sair atrás no placar, mas conseguiu tirar a pedra no sapato que o Sesi vinha representado, venceu de virada por 3 sets a 1 (21-25, 25-19, 27-25 e 25-19) e levantou mais uma vez o troféu da Superliga.
O triunfo acaba com vários fantasmas do Cruzeiro no ano. Um deles justamente a ‘freguesia’ que vinha enfrentando contra o Sesi na temporada. Nos dois confrontos pela primeira fase da Superliga, foram duas vitórias paulistas – uma dela por 3 sets a 1 em plena casa celeste.
O outro fantasma, esse que incomodava muito mais, era o do jejum de títulos. A equipe, que havia conquistado a quíntupla coroa (Mineiro, Superliga, Copa do Brasil, Sul-Americano e Mundial) na última temporada, vinha sofrendo com um ‘jejum’ de títulos e só havia levantado o troféu estadual este ano. Até este domingo.
Por outro lado, ao espantar o fantasma o Cruzeiro já abre também certa dinastia no voleibol brasileiro. Afinal de contas, foi nada menos que a quinta final consecutiva da equipe, com o terceiro título conquistado, o segundo seguido. Mais que isso, o time mineiro já mostrou toda a sua força na formação de novos campeões. Com a equipe juvenil, conquistou a segunda divisão do vôlei nacional e só não terá duas equipes na primeira divisão porque o regulamento não permite.
O jogo –
A estratégia do Sesi ficou clara logo no começo do jogo – e já não era segredo para ninguém, o técnico Marcos Pacheco mesmo já havia adiantado ao ESPN.com.br. Com o saque forçado, o time paulista incomodou e quebrou a recepção rival. E a combinação do saque com o bloqueio funcionou muito bem no primeiro set.
Foi quase uma aula. Ace de Lucarelli, bloqueios de Lucão e Riad, um Theo inspiradíssimo no ataque e uma vantagem construída logo no começo da parcial que se manteve até o fim para fechar em 25 a 21. Foram nada menos que seis bloqueis no set.
Mas, claro, quem força o saque também corre mais riscos. Já na primeira parcial, o Sesi havia sofrido com alguns erros de serviço. Na segunda, o Cruzeiro encaixou ainda mais a recepção e virou o ânimo da partida. E foi só o time mineiro encaixar um pouco mais para inflamar também a torcida.
Os paulistas até tentavam equilibrar de novo as ações com o bloqueio, mas o Sada manteve o ritmo. Quando ameaçou diminuir, o técnico Marcelo Mendez mandou o canadense Winters à quadra e encaixou de novo o time para empatar o jogo: 25 a 19.
O terceiro set foi o mais equilibrado da partida – e mais cheios de trocas de bolas incríveis. Embalado e empurrado pela torcida, o Cruzeiro começou melhor e abriu uma vantagem que chegou a ser de quatro pontos. Aos poucos, porém, o Sesi virou completamente a partida. E de novo com a mesma receita de saque e bloqueio muito bem encaixados. Os paulistas chegaram a ter três set points, mas desperdiçaram todos. E os mineiros, claro, não perdoaram. Em uma virada incrível, fecharam a parcial em 27 a 25 para virar também o placar da partida.
O Sesi tentou mostrar logo que não sentiu a virada, forçou de novo o saque e conseguiu começar bem a quarta parcial. Mas o Cruzeiro logo voltou a atuar em altíssimo nível. E praticamente passeou em quadra para fechar o set em 25 a 19 e coroar o campeonato fantástico com mais uma conquista.
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