Congresso Brasileiro de Micologia reúne mais de 700 estudiosos de fungos em Manaus

Congresso Brasileiro de Micologia reúne mais de 700 estudiosos de fungos em Manaus

A programação científica aconteceu entre os dias 24 a 27 de junho no Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques. Minicursos e visitas técnicas são realizadas no Inpa e em outras instituições parceiras

 Manaus, AM – Manaus  sediou o IX Congresso Brasileiro de Micologia (CBMy 2019), que reúne mais de 700 estudantes de graduação e pós-graduação, professores e pesquisadores interessados nos estudos dos fungos. Iniciado na última segunda-feira (24), o evento possui uma vasta programação, incluindo várias áreas de aplicação da micologia como médica, ambiental, agronômica, biotecnológica, farmacológica e uso na alimentação

Cerca de 100 palestras e 500 posters serão apresentados durante o Congresso, que pela primeira vez é realizado em Manaus. Minicursos, visitas técnicas, Concurso de Fotografia e o prêmio Augusto Chaves Batista para condecorar os melhores trabalhos de micologia constam na programação. Na oportunidade, os Correios lançam o Selo Mercosul da Diversidade de Fungos.

“Temos na Amazônia uma das maiores diversidades de plantas e fungos e muitos cursos de pós-graduação que abrangem a micologia. Então, o evento contribui para ampliarmos nossas cooperações, intercâmbio com outros professores do Brasil e do exterior, além de incentivar novos micologistas”, disse a presidente da Comissão Organizadora do Congresso, a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) Maria Aparecida de Jesus.

 Promoção da SBMy

Promovido pela Sociedade Brasileira de Micologia (SBMy), o Congresso é realizado em parceria com o Inpa, Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Leônidas e Maira Deane (Fiocruz Amazônia), Embrapa Amazônia Ocidental e Fundação de Medicina Tropical.

Conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Empresa Estadual de Turismo do Amazonas e Secretaria de Cultura de Estado do Amazonas.

Inpa e micologia

O Inpa atua com micologia há mais de três décadas. São pesquisados no Instituto infecções fúngicas graves como paracoccidioidomicose e histoplasmose, problemas econômicos causados em plantas por doenças fúngicas, biodiversidade, taxonomia (identificação e classificação) e a etnomicologia (estudos do papel dos cogumelos) de povos indígenas, como os yanomami que usam cogumelos como fonte de alimento.

Para o coordenador de Pesquisas do Inpa, João Vicente Braga, que na cerimônia de abertura do evento representou a diretora do Inpa Antonia Franco, a pesquisa em Micologia a cada dia apresenta-se cada vez mais promissora. Há 20 anos Souza trabalha com fungos.

“As tecnologias com os fungos mudou o mundo. Desde o pãozinho de cada dia, antimicrobianos, enzimas de interesse industrial, bebidas fermentadas e até mesmo os biocombustíveis. Também mudaram a forma de ver as doenças infectocontagiosas”, lembra Souza, destacando que com o advento pós-aids houve aumento das infecções fúngicas como candidoses, aspergilose e criptococose.

Palestrantes Internacionais

A palestra de abertura foi ministrada pelo renomado pesquisador holandês Sybren de Hoog, do Westerdijk Fungal Biodiversity Institute que falou sobre graves infecções fúngicas. Apesar de ser um evento nacional, vários palestrantes estrangeiros participam do Congresso a fim de despertar vocações em áreas ainda incipientes no Brasil.

Entre eles estão também o professor mexicano da Universidad de Veracruzana Angel Trigos que tratou sobre “Peróxido de ergosterol, metabólito bioativo comumente obtido em bioprospecção de fungos” e a pesquisadora da Guatemala Maura Quezada Aguilar que falou sobre “A influência das mudanças climáticas no desenvolvimento dos fungos”.

Homenagem

Uma das maiores micologistas brasileiras, a pesquisadora Vera Bononi, foi homenageada no IX CBMy. Desde a década de 1960 Bononi contribui para o conhecimento da biodiversidade, para a gestão da pesquisa ambiental e à conservação da biodiversidade em São Paulo, onde tem atuado como pesquisadora e gestora pública na área ambiental. Há 50 anos, os micologistas do Brasil não chegavam a dez, segundo a pesquisadora.

“Fiquei muito emocionada com a homenagem, certamente muitos pesquisadores aqui merecem a mesma honra. Esse destaque me deixa muito feliz e desejo aos mais jovens sucesso e reconhecimento do trabalho deles, principalmente nessa época difícil em que a gente vive”, disse Bononi.

Amazoninarede-Inpa

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