Comunidade Artur Bernardes: “Um dia para esquecer”

Comunidade Artur Bernardes depois do incêndio

Amazonianarede – Sérgio Costa
Texto e fotos

Manaus – Esta terça-feira, 27 de novembro de 2012, será um daqueles dias que é preciso apagar da memória. Isso aconteceu com cerca de mil famílias que perderam quase tudo, do pouco que tinham, no incêndio que atingiu a Comunidade Artur Bernardes, bairro São Jorge pela manhã.

A Comunidade existe há décadas e é formada por palafitas e casas de madeira que acabam facilitando a propagação das chamas em casos como o de hoje. Nas primeiras horas da tarde foi possível fazer uma avaliação da tragédia. Várias famílias se amontoavam pelas calçadas, protegendo o que conseguiram salvar. Outras providenciavam a retiradas dos pertences para a casa de parentes ou amigos.

PAVOR E PERDA TOTAL

Dona Creusa Creusa Oliveira dos Santos (67) é moradora da Comunidade há quinze anos. Ela conta que saiu de casa as 5:30hs, para ir ao hospital fazer exames, quando foi avisada pelo telefone de que o fogo estava chegando perto da casa dela. Voltou rapidamente mas não pode fazer nada.

Creusa Oliveira dos Santos

Ficou com a roupa do corpo e algumas outras, guardadas dentro de um balde de plástico por uma vizinha.

“Nunca tinha visto nada parecido. Eu já tinha visto alagação, já cheguei até a cair e me machucar em pregos. Quando eu cheguei aqui foi um desespero. Não deu nem prá chegar perto, era uma correria, bombeiros, gente correndo e gritando, um desespero total. Do que era meu só sobrou esse cestinho aqui”, diz ela conformada.

HORAS DE PÂNICO

O fogo que varreu grande parte da comunidade também ameaçou lojas e residências, já na avenida principal de saída do bairro e que dá acesso à avenida Constantino Nery. Foi o caso do Seu Wilson Francisco, proprietário de uma loja especializada em ar condicionado de veículos e dá fundos para a área atingida.

Ele afirma que por muito pouco anos de trabalho não foram consumidos pelas chamas.

“Foi pavor, né. Foi pavor, terror, tudo que eu trabalhei duro, tudo que construí, perder tudo de uma hora para a outra. O fogo chegou a uns cinco metros da minha parede. Um desespero, todo mundo correndo de uma lado pró outro e eu não podia fazer nada. Um desespero geral”, relata o empresário.

SOCORRO ÀS VÍTIMAS

Equipes da defesa civil do município e do estado, além do corpo de bombeiros, órgão de assistência social e o Samu estiveram cadastrando os moradores que perderam as casas. Uma funcionária da prefeitura informou que algumas vítimas foram levadas até hospitais mas nenhum caso grave teria sido confirmado.

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