Com obra na Praça do Relógio e Matriz, Eduardo Ribeiro terá traçado parcialmente resgatado

A avenida Eduardo Ribeiro terá seu traçado, como era em 1960, parcialmente resgatado pela Prefeitura de Manaus, com as obras de revitalização do relógio municipal e da Praça de Matriz, incluídas no projeto de revitalização do Centro Histórico de Manaus.

As obras também estão incluídas no Plano de Aceleração de Crescimento 2 (PAC) Cidades Históricas, do Ministério da Cultura, de quem a Prefeitura pleiteia recursos da ordem de R$ 7 milhões para um total de 10 propostas, todas voltadas para o Centro Histórico.

A avenida passará a ter duas faixas e isso será possível a partir da reabertura do canteiro central onde fica o Relógio, que será restaurado, e sua praça receberá novos mobiliários urbanos, iluminação pública e cênica, e paisagismo. Segundo o diretor de Planejamento (DPLA) do Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb), Laurent Troost, havia quatro projetos diferentes da gestão anterior, de diversos órgãos para o mesmo espaço, e a proposta final ainda passa por ajustes e adequações para aprovação junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Os traçados e projetos estão sendo compartilhados entre as secretarias, como a Manauscult, de Meio Ambiente (Semmas), e Secretaria de Estado de Cultura (SEC), contando com a colaboração de historiadores e consulta a acervos históricos”, diz o diretor.

Além da reabertura da Eduardo Ribeiro, a revitalização prevê ainda restauro da ambiência urbana do Relógio Municipal e ampla requalificação paisagística, com previsão para a obra estar concluída antes da Copa do Mundo de 2014, provavelmente até março. Até o final deste mês, o DPLA deverá ter as novas perspectivas do entorno e praça com versões noturnas, simulando iluminação.

A retirada dos lanches da praça, além de serem mobiliários que não faziam parte do traçado original e histórico do espaço, também cumpriu uma decisão judicial, que vinha se arrastando há décadas.

MAPA DO CENTRO

O Município de Manaus tem mapeado no Centro Histórico 1.656 unidades de interesse de preservação de Primeiro e Segundo Graus, a Orla Portuária e 10 praças históricas. Estão em posse do Implurb 10 propostas elaboradas pela Prefeitura para o PAC Cidades Históricas, que passaram por revisão e ajustes da atual administração. Alguns têm mais viabilidade para estarem prontos para a Copa de 2014, como o da Praça da Matriz e do Relógio Municipal.

As 10 obras são prioritárias e foram apresentadas ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília, em março. Os trabalhos passaram por definições de detalhamento de projetos arquitetônicos, de revitalização, restauro e requalificação urbana, em especial nos projetos mais adiantados, como da Matriz e seu entorno, Jardins da Praça XV de Novembro e parte da avenida Eduardo Ribeiro. Seguindo o ritmo intenso, as obras devem começar no segundo semestre de 2013.

A LISTA

Na lista do PAC Cidades Históricas estão previstas intervenções para a Biblioteca Municipal, restauro do Relógio Municipal, revitalização do Museu do Homem do Norte, adaptação do prédio da antiga sede da Câmara Municipal em escola de arte, entorno da Praça XV de Novembro, restauração e revitalização do Hotel Cassina, praça Dom Pedro II, Praça Tenreiro Aranha, restauração do Pavilhão Universal, Praça Adalberto Vale e Praça dos Remédios. Algumas obras têm ações mais isoladas e longas, e outras têm finalidade de dotar a cidade de mais equipamentos culturais.

“O financiamento do programa PAC Cidades Históricas é de extrema importância para o Município de Manaus, pois viabiliza o início da requalificação do Patrimônio Histórico do Centro. É um passo grande no processo desejado por tantos de recuperação daquela área emblemática”, diz o diretor de Planejamento do instituto, Laurent Troost.

PRAÇA

A proposta que está em fase mais adiantada e preparada para entrar em execução é a da Matriz, com previsão para estar concluída para a Copa do Mundo de 2014. O trabalho em cima das intervenções vem sendo realizado em conjunto com a Secretaria do Centro (Semc), Manauscult e Secretaria de Infraestrutura (Seminf). Na parte cultural, além do prédio da antiga Câmara, que seria usado como escola de arte, tem a reforma da Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja Evangelista, fundada em 1975; a revitalização do Museu do Homem do Norte, datado de 1985, cujo prédio era cedido pela Prefeitura e cujo acervo está no Povos da Amazônia; e a restauração do Hotel Cassina, relíquia do tempo da borracha, na rua Bernardo Ramos, que passaria a funcionar como centro de arte popular.

ESTÍMULO

Em 2013, o PAC Cidades Históricas também vai liberar R$ 300 milhões para proprietários de imóveis de 94 cidades que têm conjuntos tombados pelo Iphan. O financiamento tem amortização de 25 anos, pela Caixa (reajuste pela TJLP + 1% ao ano), que além de promover a recuperação de um imóvel importante, permite o resgate amplo de regiões. A ideia do Ministério da Cultura (MinC) é tornar o patrimônio cultural um indutor de geração de renda, agregação social e afirmação da identidade das cidades históricas, contribuindo para o resgate da autoestima de seus habitantes e no desenvolvimento urbano e de turismo para as regiões.

RELÓGIO

Instalado no início da Eduardo Ribeiro, o Relógio Municipal foi importado da suíça e montado em base de pedra pela firma local Pelosi & Robert, antigos ourives de Manaus.

A construção de seu pedestal foi concluída no final de 1927, junto com o obelisco erguido em comemoração ao centenário da elevação de Manaus à categoria de cidade. No monumento há uma inscrição em latim, “Vulnerant Omnes, ultima Necat” (todas ferem, a última mata), velha inscrição latina, alusiva às horas: “cada hora fere a nossa vida até que a derradeira a roube”.

(Reportagem: Cláudia do Valle)

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