Com bom humor, carnaval na zona rural alerta contra a leishmaniose

No carnaval rural, o aleta sobre a leishmaniose

Manaus, AM – O Distrito de Saúde Rural (Disa Rural),  da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), promoveu nesta quarta-feira, 22/2, o grito de carnaval pela saúde com o Bloco dos Foliões e o tema “Neste carnaval não dê moleza, a leishmaniose não é brinquedo, não”.

O objetivo da ação foi alertar, com diversão e bom humor, para as formas de evitar a doença. A folia aconteceu na Unidade de Saúde Ada Viana, na BR 174, no quilômetro 41, e reuniu adultos e crianças das comunidades locais.

Além do alerta contra a leishmaniose, o bloco aproveitou para chamar a atenção, com cartazes, folhetos e paródias, para as medidas de prevenção aos vírus da dengue, zika e chikungunya, todos transmitidos pelo Aedes aegypti. As formas de prevenir Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) também foram abordadas durante o evento, com informação e distribuição de preservativos masculinos.

“Estamos aproveitando o período carnavalesco para ampliar as estratégias de prevenção, focando nas prioridades de saúde pública e adequando as ações aos públicos dos diferentes distritos geográficos, incluindo o Rural”, explica o secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão Neto.

De acordo com o secretário, as diretrizes definidas pelo prefeito Arthur Virgílio Neto para o Carnaval visam o envolvimento das equipes municipais em atividades que contribuam para a redução dos excessos e dos descuidos que resultam em danos à saúde, imediatos ou não.

Queda

Homero destaca que ao longo dos últimos três anos, campanhas e ações realizadas na zona rural têm garantido a diminuição do número de casos de leishmaniose, uma doença transmitida predominantemente em regiões próximas à floresta.

Dados da Semsa mostram que em janeiro de 2015 foram registrados 115 casos da doença. Esse número caiu para 43 em janeiro do ano passado e para apenas 18 casos em janeiro deste ano.

Durante a ação de carnaval, foram reforçadas as recomendações do Distrito de Saúde Rural (Disa Rural) para que os trabalhadores rurais utilizem roupas mais longas que protejam da picada do mosquito transmissor da leishmaniose.

Para os moradores dessas áreas, também é recomendado o uso de repelentes. Além disso, criadouros de animais próximos às casas devem estar sempre limpos para evitar o acúmulo dos mosquitos transmissores.

“As recomendações, se seguidas com atenção, evitam sensivelmente que os moradores dessas áreas contraiam a doença”, ressalta a chefe de divisão da vigilância epidemiológica do Disa Rural, Shelley Fernandes.

Transmissão

A leishmaniose é transmitida pelo flebotomíneo, inseto conhecido popularmente como mosquito palha. Estes mosquitos podem infectar-se com o protozoário Leishmania chagasi, causador da doença, picando mamíferos que vivem no ambiente rural. Depois de infectados, transmitem o protozoário ao homem, criando um ciclo de transmissão.

Há dois tipos de leishmaniose. A leishmaniose tegumentar americana ataca a pele e as mucosas do nariz e da boca, causando ulcerações; e a leishmaniose visceral que afeta os órgãos internos, principalmente fígado, baço, gânglios linfáticos e medula óssea.

Os principais sintomas da doença são febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular e anemia.

Não há vacina contra a leishmaniose. “A melhor de forma de prevenção, além do uso de repelente e roupas longas, é utilizar mosquiteiros em camas e redes”, alerta o secretário. Para os que moram em área de risco, a recomendação é telar portas e janelas e limpar os abrigos de animais domésticos, que são potenciais fontes de infecção, como cães e roedores.

O tratamento contra a leishmaniose é realizado de forma injetável em duas fases. Na primeira, são 20 aplicações de medicamento. A segunda fase só é realizada caso a primeira não cure a doença. A partir daí, são 30 novas aplicações.

As distâncias na zona rural obrigam os agentes de endemias a percorrem até 150 quilômetros para acessar a casa dos pacientes. “Não teríamos um resultado tão expressivo se não fosse a dedicação dos nossos agentes. O tratamento da leishmaniose é peculiar porque necessita de um aplicador do medicamento, ou seja, da presença efetiva do profissional”, destaca o secretário Homero de Miranda Leão Neto.

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