Brasileiros legalizados, denunciam humilhação, descaso e deportação no Méxxico

Turistas brasileiros foram humilhados, desrespeitados e deportados do México, embora estivesse todos legalizados
Turistas brasileiros foram humilhados, desrespeitados e deportados do México, embora estivesse todos legalizados

México – Brasileiros que sonhavam em passar férias no México  foram barrados e proibidos de entrar no país sem qualquer explicação. Eles tinham passaporte em dia, passagem de ida e volta, reserva de hotel, passeios contratados, dinheiro, mas não adiantou nada. Imagina o prejuízo e a humilhação para essas famílias.

Elas contaram que foram separadas, ficaram isoladas em salas diferentes por dez horas, sem direito de sequer usar o telefone. Enfim, foram tratadas como prisioneiras e até passaram fome. Areia branca, água cristalina, orla com hotéis luxuosos.

O plano era passar o verão em Cancún, no México, mas acabaram em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Não tão paradisíaca.

“O meu sonho era mergulhar e lá eu ia ter a oportunidade de mergulhar e ver os golfinhos, nadar com os golfinhos, que eu tanto queria, que nem ela, aliás todos, e conhecer um pouco a cidade, um pouco os costumes, a pirâmide que é tanto falada, enfim, os lugares que a gente queria muito ir lá”, contou a dona de casa Maria de Fátima dos Santos.

A família foi barrada no Aeroporto da Cidade do México, onde faria uma conexão. “Sem nenhuma explicação, simplesmente falou ‘segue a gente’. Eu fiquei em uma sala separada. A minha esposa com a minha filha de 9 anos, ela foi para um outro lugar”, afirmou o microempresário Claudio Souza.

Eles contam que chegaram às 5h30 do dia 7, sábado passado. Estavam com a passagem de volta, os passaportes e as reservas, do hotel e dos passeios. Gastaram R$ 25 mil com tudo isso. Mas, depois de 11 horas de espera, foram mandados de volta.

A família diz que outros quatro brasileiros que estavam no mesmo voo também tiveram que voltar. Um outro avião levaria Erismar e Lorrayne para comemorar 5 anos de casamento na Guatemala.

Escolheram esse destino para se encontrar com amigos que fizeram durante os Jogos Indígenas em Palmas, onde moram. Saíram do Tocantins, passaram pelo Rio de Janeiro, mas a viagem também parou na conexão na Cidade do México.

“A gente não teve uma resposta do porquê nós fomos barrados. Nem eu e nem os outros dez brasileiros também que estavam no voo. Eles levaram a gente para uma sala e a gente percebeu que a sala foi enchendo de brasileiros. Somente de brasileiros”, disse o técnico em segurança Erismar Araújo.

Dezessete horas em uma salinha do aeroporto. A estudante Lorrayne Santos se sentiu mal e não quer nem lembrar o que passou. “Me senti muito maltratada. Foi a primeira vez que eu passei por isso na minha vida. Eu nunca havia passado por isso e pretendo não passar novamente”, contou.

Os brasileiros não precisam de visto para entrar no México, mas todo turista tem que passar por uma entrevista assim que desembarca. E aí ter passagem de volta, hotel reservado, até passeios contratados não garante nada. É um funcionário da alfândega que decide quem passa e quem é mandado de volta.

O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem diz que não tem notícias de um aumento do número de casos assim no México, mas alerta: isso pode acontecer em qualquer país.

A frustração com as férias perdidas é inevitável. O prejuízo com as passagens também, já que o turista acaba usando ida e volta, mas é possível recuperar parte do dinheiro gasto se, na hora da compra, a escolha foi de reservas com reembolso.

“Se você está comprando um hotel que você não tem direito a reembolso, não vai ter jeito. Se você está comprando só os passeios que não têm direito a reembolso, também não vai ter jeito, então precisa ver o contrato que ele fez e onde ele comprou para minimizar esse custo que ele está tendo desse retorno”, disse o presidente da ABAV, Edmar Bull.

O Ministério Público Federal em Palmas informou que está investigando a denúncia.

O Consulado do México em São Paulo disse que consultou as autoridades migratórias para saber por que a família do Claudio e da Maria de Fátima foi deportada, mas ainda não recebeu a resposta.

O Bom Dia Brasil procurou o Itamaraty, que é o Ministério de Relações Exteriores do Brasil, mas não recebemos nenhuma informação.

Amazonianarede-Bom Dia Brasil

 

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