Beltrame criador das UPPs deixa a Segurança do Rio após 10 anos

Após 10 anos, Beltrame, o criador das UPPs no Rio, deixa a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro

 

Após 10 anos, Beltrame, o criador das UPPs no Rio, deixa a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro
Após 10 anos, José Mariano Beltrame, o criador das UPPs no Rio, deixa a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro

Rio – O secretário estadual de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, deixará o posto depois de nove anos e nove meses no cargo. Ele enviou seu pedido de exoneração para o governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), e para o governador licenciado, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Beltrame deve deixar o cargo no final desse mês, logo depois do segundo turno das eleições municipais do dia 30 de outubro, que no estado do Rio acontecerá em oito municípios.

Delegado da Polícia Federal, Beltrame assumiu a Secretaria de Segurança em janeiro de 2007, no início do governo de Sérgio Cabral,  e se tornou conhecido pela implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) na cidade do Rio. Ele é o secretário de Segurança a permanecer mais tempo no cargo.

A atuação de Beltrame foi muito questionada ao longo dos últimos anos, especialmente devido a ocorrências de violência policial. Somente no ano passado, o noticiário nacional foi tomado por uma série de chacinas promovidas por policiais cariocas, como a execução de cinco jovens da comunidade de Costa Barros.

Ainda em 2015, alguns PMs chegaram inclusive a disparar contra inocentes ao confundirem com armas um macaco hidráulico e um skate. Cinco policiais também foram flagrados em 2015 colocando um revólver na mão de um jovem morto no Morro da Providência, na zona norte da capital fluminense.

Outra medida que marcou a atuação recente de Beltrame na Segurança do Rio foi a Operação Verão, operação especial para coibir a ocorrência de arrastões em praias da zona sul.

A operação também foi muito criticada por alas da sociedade porque a polícia era acusada de discriminar jovens negros e pobres, uma vez que passageiros de ônibus que vinham da periferia eram abordados sistematicamente ao se dirigirem às praias de bairros ricos da cidade.

Pavão-Pavãozinho

O anúncio da saída de Beltrame se dá um dia após um intenso tiroteio na comunidade Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, que se estendeu desde a manhã até o final da tarde da segunda-feira (10).

Pelo Twitter, Beltrame comentou o ocorrido na zona sul da cidade. “As imagens produzidas ontem são péssimas para a cidade, mas a polícia não pode se omitir e, mais uma vez, cumpriu seu papel. Ontem, a UPP e o Comando de Operações Especiais evitaram novamente uma guerra entre quadrilhas”, escreveu o secretário.

O comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) local, capitão Vinicius Apolinário de Oliveira, foi ferido por estilhaços durante o confronto. Ele foi levado para o hospital da Polícia Militar e depois liberado. Dois militares do Batalhão de Choque também ficaram feridos.

O subcomandante do Batalhão de Choque, major Vinícius Carvalho, disse que o confronto começou quando traficantes atacaram a base da UPP, mas não soube dizer o motivo que levou os criminosos a fazerem isso.

“A operação contou com 120 policiais e teve início porque os criminosos atacaram a base da UPP Pavão. Neste primeiro confronto, um marginal foi baleado, ele estava com um [fuzil] AK47. E um segundo foi baleado, com uma pistola. Na parte da tarde, vários criminosos ficaram encurralados na parte da mata, quando houve uma negociação e eles se renderam”, relatou o major.

Na manhã desta terça-feira, muitos comerciantes fecharam as portas na rua que dá acesso à comunidade e o policiamento segue reforçado na região onde ocorreram os tiroteios. Segundo a Secretaria de Educação, todas as escolas da rede estadual que ficam na área do Pavão/ Pavãozinho estão funcionando normalmente.

A,azonianarede-Ultimo segundo

 

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