As Belezas do Amazonas mostradas em forma de arte

Manaus – O turismo amazonense não se resume apenas na beleza fenomenal do encontro dos rios Negro e Solimões (Encontro das Águas), nas seculares construções com estilo europeu, nos eventos culturais e artísticos como o Festival de Ópera e outros, na flora e fauna amazônica.

A exemplo de outras cidades espalhadas pelo planeta terráqueo, aqui também existe um forte e diversificado artesanato, mostrando em várias formas, tamanhos e cores as belezas do estado, tudo de forma bem originária e trabalhado pelos caboclos artesãos da terra. São as belezas do Amazonas mostradas ao mundo em forma de arte.

Nos trabalhos que encantam os turistas que visitam a capital amazonense, as matérias primas utilizadas nas confecções das peças em forma de suvenir, entalhes, pinturas e outras, são regionais, tendo como principal fonte a fantástica floresta.

Visitantes de uma cidade, turistas ou não, sempre se interessam por coisas regionais, pela cultura dos locais visitados, tantos na culinária, como nas artes e é aí que entra um bom negócio, o artesanato que sempre desperta a atenção dos visitantes em qualquer ponto do mundo. Coisas interessantes e diferentes aos olhos desses curiosos por coisas dos locais que visitam, fazendo turismo, ou mesmo a trabalho.

Devido a isso, a reportagem do Portal Amazonianarede foi fazer uma visita a Central de Artesanato Branco e Silva e lá encontrou vinte e três pequenas lojas (boxes) com uma variada grande de artesanato regional, variando dos tradicionais suvenires a peças verdadeiramente de arte, como os entalhes em madeira, onde são mostradas especialmente a fauna amazônica, através de entalhes de aves, peixes e animais silvestres da fantástica e cobiçada Amazônia.

Visitantes de uma cidade, turistas ou não, sempre se interessam por coisas regionais, pela cultura dos locais visitados, tantos na culinária, como nas artes e é aí que entra um bom negócio, o artesanato que sempre desperta a atenção dos visitantes em qualquer ponto do mundo. Coisas interessantes e diferentes aos olhos desses curiosos por coisas dos locais que visitam, fazendo turismo e ou mesmo a trabalho.

Situada em área de fácil acesso, na avenida Mário Ypiranga Monteiro, quase em frente ao Departamento Estadual de Trânsito, com estacionamento próprio, a Central funciona de terça a sábado nos dois horários, dispondo além das lojas com produtos artesanais, de lanchonete e restaurante.

Numa visita a esse verdadeiro centro de cultura amazonense, o turista vai se deparar com a beleza e a originalidade do artesanato amazonense, rico em beleza e em detalhes, trabalhos elaborados com carinho e sabedoria pelos artesãos que sentem falta de maior divulgação do centro que tem o nome do artista plástico amazonense Branco e Silva, numa referência, autor do retrato do então presidente Getúlio Vargas, em exposição permanente no Palácio do Catete no Rio de Janeiro, antiga sede do Governo brasileiro.

Arte em forma de artesanato caboclo

O estoque na Central de Artesanato Branco e Silva é diversificado e a arte está por todo o lugar, em formas e tamanhos diferentes, chamando a atenção dos visitantes, não apenas pela beleza das obras mostradas, como pela qualidade do trabalho realizado em várias formas de artesanato. Um trabalho com a cara, a marca e as características do caboclo amazonense.

Nessa central especializada em artesanato amazonense, se destacam, especialmente, trabalhos confeccionados com matérias primas tipicamente regional, como madeira certificado e reaproveitada da floresta, cerâmica, palha de tucumã e outras palmeiras, âmago de buritizeiro, especialmente para a fabricação de miniaturas de barcos, fibra e palha de tucum, fibra de juta e malva, cipós da região, com destaque para o conhecido “cipó titica”, sementes silvestres e tantos outros que serão transformados em produtos de muita arte pelos artesãos que ganham a vida com dignidade trabalhando na Central de Artesanato Branco e Silva, vários com trinta anos no local.

A Central é mantida pelo Governo do Estado através à Secretaria de Trabalho e Assistência Social, dispondo de vinte e três lojas de produtos artesanais variados, salão para exposições e outras atividades culturais e floricultura, recepção e administração. Tudo isso espalhado por um espaço amplo e acolhedor.

No loca, regularmente são organizadas oficinas para criação coletiva, cursos especiais, como de tapeçaria, entalhe, pintura e vários outros, além de pesquisas e orientação técnica aos artesãos. Como se não bastasse tudo isso, ainda aos domingos tem uma programação especial com um tradicional café regional que funciona das 7 às 12 horas.

Durante o café, os visitantes poderão provar algumas das delícias do Amazonas, como fruas regionais, com destaque para a melancia, tucumã, sucos naturais de taperebá, cupuaçu, acerola, araçá-boi, açaí, buriti, graviola e outros e saborear uma tapioca simples ou recheada, bolo de macaxeira, de milho, pamonha, canjica, mungunzá, míngua de banana, banana frita o famoso “X Caboquinho”, (sanduíche de pão com tucumã) e tantas outras coisas deliciosas que o Amazonas produz e estão introduzidos na sua rica e saborosa culinária.

Por tudo isso, vale a pena incluir a Central de Artesanato Branco e Silva na sua aproxima visita a Manaus.

Passeio imaginário

Nessa passada pela Central de Artesanato Branco e Silva, o repórter realizou uma fantástica viagem imaginária pelo interior do Amazonas, penetrando rios, paranas, igarapés, floresta e observando de perto parte da flora e fauna.

Foi nesse passeio imaginário pela Amazônia que encontramos o seu José Alcântara, o melhor, o J. Alcântara, como ele gosta de ser chamado e como é conhecido mundo a fora como artista (artesão).

Trabalhando a mais ou menos três décadas na CABS, de onde tira o sustento da família com a sua arte, ele não fez segredo e nos contou um pouco da vida dura de um artesão que vive exclusivamente da arte.

“Meu cario, a vida de artesão não é fácil. Bem poucos são aqueles que conseguem sobreviver unicamente com a venda de sua produção”.

J. Alcântara é um deles, e foi mais além: não apenas obteve sucesso profissional, como também conquistou o mundo com seu talento.

Já esteve presente com as suas obras e talento em várias exposições em diversos países, onde sempre impressionou com incríveis detalhes e originalidade de suas peças.

Entre seus clientes mais assíduos, podemos encontrar artistas famosos como Maria Bethânia, para quem o artesão construiu alguns entalhes de animais da região, como onças, tucanos, araras, macacos, tucunaré, gaviões, pirarucus etc.

Orgulhosos do pai, os filhos Joe, Jean e James seguem os passos os seus passos e com ele vêm construindo uma marca: J. Alcântara, uma família de artistas.

Paciente e com as mãos firmes nas ferramentas e pinceis, fala da satisfação em trabalhar na CABS e lamenta um pouco a falta de mídia no empreendimento, que certamente aumentaria o movimento e mais facilmente o artesanato amazonense ganharia o mundo, “mas mesmo assim, dá para ir levando a vida com dignidade e ajudando a difundir as coisas belas do Amazonas” – garante.

Tecidos e sementes

Dona Eloisa Rosa é outra locatária antiga da Central de Artesanato branco e Silva onde trabalha há 16 anos e apesar do pouco movimento testemunhado pela reportagem, disse não ter nada a recamar, considerando que as suas vendas são direcionadas e basicamente feitas sob encomenda.

O seu trabalho envolve artesanato de um modo geral, com destaque para os elaborados a base de tecido e sementes da flora amazônica. ”Gosto muito de trabalhar com tecido e sementes e acho que os fregueses também gostam” – diz sorrindo a artesã.

Ela garante estar feliz com o que faz, com o seu trabalho na CABS e afirma para comprovar isso, que com esse trabalho já conseguiu formar uma filha num curso superior de administração.

Santos e bonecas de pano

Dona Virlei Castro e outra artesã veterana na da central com a sua loja “Santo, Boneca de Pano” e sorrindo garante que os seus santos apesar de serem de panos fazem milagre e lhe garantem uma vida digna e tranquila.

Quando falamos que esperávamos um movimento maior no local, ela com calma afirmou. “Realmente o movimento de gente entrando e saindo por aqui é pequeno”. São poucos os turistas que nos visitam, mas isso não me preocupa, porque trabalho mais por encomenda e agora mesmo estou terminando uma partida de santos e bonecos para Miami, nos Estados Unidos.

PIM: O grande parceiro

Entramos em outro Box e para nossa surpresa encontramos outro artesão com peças entalhadas com muita técnica e esmero. O filho do seu J. Alcântara, o Joe, que repetiu quase que inteiramente a história contada pelo seu pai e foi mais além, quando disse que o grande parceiro da Central de Artesanato é o Polo Industrial de Manaus (PIM), considerando que costumeiramente os empresários fazem grandes compras para presentear autoridades e empresários que visitam as indústrias, e com isso, associam as suas marcas à Amazônia.

Segundo Joe, os empresários do PIM chegam a encomendar entalhes e com isso, vamos vivendo, considerando que a vinda de turistas aqui é muito pouco. “Parece que as agencias de turismo ainda não colocaram Central de Artesanato no roteiro, mas de vez em quando aparecem por aqui e as vendas são bem interessantes”.

Conta que os turistas ficam encantados com o que encontram aqui pelos boxes da Central de Artesanato. “Quem “sabe um dia possa estar incluído nos roteiros turísticos da cidade” – diz esperançoso”.

Indagado se a classe política, especialmente deputados, senadores e vereadores visitam o local e apoiam à ideia, o artesão não pensou muito para responder: “Político, nada amigo. Eles não aparecem aqui nem para pedir votos. Acho que eles nem sabem que Manaus tem uma Central de Artesanato ou então não sabem o endereço. Uma pena,” – ironizou.

Texto e fotos – Osny Araújo 

1 COMENTÁRIO

  1. eu gostaria de poder comprar um porta caneta grande com uma onça pintada nele, e um outro porta caneta grande com uma arara..mas eu moro em poços de caldas..como faço para me comunicar com o artista local em manaus..meu e-mail e [email protected]..atenciosamente já agradeço.
    PS..sou amazonense mas moro em Poços de Caldas há 34 anos.

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