Após execução por colegas de cela, agentes penitenciários querem segurança para trabalhar

Suporto líder de facção criminosa, foi assassinado no presidio
Suporto líder de facção criminosa, foi assassinado no presidio

Manaus – O assassinato de um detento, dentro de uma unidade do sistema penitenciário deixa em alerta as autoridades da Segurança Pública e do sistema carcerário. Para os agentes penitenciários, o assassinato do detento, supostamente ligado uma nova facção criminosa que surge no Amazonas, evidencia a falta de segurança para trabalhar e preocupa os servidores penitenciários do Amazonas.

Sob constante tensão, quem trabalha dentro do sistema prisional amazonense, pede socorro. Segundo um dos diretores do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Amazonas, Jorge Santiago, o clima entre os trabalhadores é de insegurança, dentro das unidades prisionais do Estado.

“Nós somos 58 agentes penitenciários para todo o Amazonas. Na ‘Vidal Pessoa’, por exemplo, são dois/três agentes, e a maioria está em vias de aposentadoria. Agora, com a criação de mais uma facção criminosa, ‘Os 300.’ – porque é o PCC, a FDN e, agora, Os 300 – ficou mais perigoso ainda trabalhar!”

Winchester Uchôa Cardoso, conhecido como ‘Chester’, de 35 anos, havia acabado de ser transferido do Rio de Janeiro para Manaus. Ele era acusado de tráfico de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de arma de fogo e homicídio. Ele foi morto na terça-feira (7), a estocadas de armas caseiras, apenas algumas horas após ser transferido do Centro de Detenção Provisória para o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).

Segundo informações da polícia, a vítima já estava jurada de morte, por tentar montar uma facção criminosa que concorreria com outras que já atuam no Amazonas.

Para Jorge Santiago, o assassinato deixou evidente a falta de comando do Estado dentro das cadeias. “Essas facções, agora, dominaram tudo. O Estado não tem mais força nenhuma, dentro dos presídios!, afirma”

Em todo o Estado, a prisão dos detentos é considerada desumana, por quem trabalha no sistema.

O titular da Secretaria da Administração Penitenciária (Seap), coronel Louismar Bonates, explicou que o detento foi encaminhado para o Compaj a pedido do próprio advogado dele.

“Nós o colocamos no CDP, que é a unidade onde menos correria risco de morte, mas, por solicitação dele mesmo, por meio do advogado, que peticionou para o juiz, Assim que recebemos a determinação judicial, ele foi transferido para o Compaj e, assim que ele entrou, eles fizeram um agente refém, foram até a cela dele e fizeram aquela atrocidade!”

Indagado se a morte de ‘Chester’ teria sido ordenada por uma liderança da FDN, o secretário Louismar Bonates afirmou que o Estado não reconhece facções criminosas.”Eu não reconheço facções. O Estado não reconhece facçções!”

Bonates, no entanto, reconhece a superlotação nos presídios e a deficiência na segurança dos agentes penitenciários, problemas que, segundo ele, só deverão ser resolvidos com a construção novas unidades prisionais, previstas para o mês de agosto.

O secretário disse, ainda, que um procedimento administrativo já foi instaurado pela Seap, para identificar os detentos envolvidos no homicídio de “Chester”.

No começo da manhã, circularam informações não confirmadas pela polícia de que, durante o velório do detento, haveria um confronto entre a facção “Os Trezentos”, à qual ele pertenceria, e integrantes da FDN, já bastante conhecida por sua atuação em Manaus.

Amazonianarede-DGP

 

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