Em um grupo de WhatsApp, aluno de 17 anos afirmou que estava inspirado em realizar o mesmo atentado ocorrido na escola de Suzano, em São Paulo
Manais, AM – Um aluno do 2º ano do Ensino Médio ameaçou na manhã desta quinta-feira (14) cometer um atentado no Instituto de Educação do Amazonas (IEA), localizado na rua Ramos Ferreira, no Centro de Manaus. O fato gerou medo e desespero nos outros estudantes.
A Polícia Militar do Amazonas (PMAM) foi acionada para apurar o ocorrido na unidade de ensino e os alunos liberados. O jovem foi levado à Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai).
Juliana Silva, de 25 anos, é irmã de um estudante da escola e foi chamada para ir ao local pelo próprio familiar. Segundo ela, dois alunos ameaçaram começar um tiroteio, como foi registrado nessa quarta-feira (13), em uma escola de rede estadual na cidade de Suzano, em São Paulo. De acordo familiares, um dos alunos estava na unidade de ensino, enquanto outro passava informações da rua.
“Por volta das 9h, meu irmão me mandou mensagem desesperado. Ele disse que tinha dois alunos, da sala dele, ameaçando realizarem um atentado na unidade de ensino. Eles ficou desesperado e por isso corri para cá”, explicou ela.
Ameaça
Juliana conta que um dos alunos, que ameaçou cometer o atentado, parabenizou em um grupo do WhatsApp, os dois homicidas que provocaram a tragédia na escola de São Paulo. “Hoje pela manhã, o meu irmão me contou, que um dos alunos parabenizou o ocorrido em São Paulo e disse que estava inspirado para fazer o mesmo. Ele não veio para a aula, mas ficou mandando mensagem para o colega, de como deveria ameaçar os estudantes de forma física”, explicou.
A reportagem teve acesso às conversas no Whatsapp, na qual o rapaz sugere a possibilidade do mesmo crime brutal ocorrer no IEA, uma das escolas públicas mais tradicionais do Amazonas.
A ameaça gerou confusão na escola. Muitos pais se encaminharam até a unidade de ensino para encontrar os filhos. “Aqui está uma confusão. Não sabemos se o garoto está armado, ou não. Um deles está fora da unidade passando as coordenadas. Muitos alunos não estão se sentindo bem. A diretoria ainda está nos expulsando”, relatou.
Polícia foi acionada
Segundo o tenente Ribeiro, da 24ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), um adolescente de 17 anos foi conduzido para a Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai) por ameaçar os colegas. O policial não confirmou que outro adolescente estava envolvido na ameaça.
“Tivemos essa ocorrência, mas foi finalizada após encaminharmos o adolescente para a delegacia. Ele estava fazendo terror com seus colegas, dizendo que iria fazer a mesma coisa que aconteceu em São Paulo. Quando foi questionado por nós, disse que era apenas uma brincadeira. No entanto, acabamos o conduzindo para a delegacia, acompanhando do Conselho Tutelar e representantes da escola”, completou.
“Atípico”
A Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino (Seduc-AM)classificou a ameaça como um ” fato isolado, ocorrido de forma atípica”. A secretaria fará reuniões para realinhar medidas de segurança.
A Seduc informou, em nota, que tomou conhecimento das ameaças que vinham sendo feitas por um aluno e um ex-aluno, inicialmente em redes sociais, por meio dos pais e do gestor do instituto.
Ainda segundo a secretaria, os responsáveis pela ameaça foram encaminhados à Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (DAAI) acompanhados pelo gestor e o pedagogo da escola.
“A secretaria ressalta que mesmo diante das ameaças, não houve concretização de nenhum ato, não havendo, portanto, registro de agressões nas dependência da escola. O fato é classificado isolado, ocorrido de forma atípica”, destaca a Seduc.
Reunião sábado
No próximo sábado, segundo a Seduc, será realizada uma reunião previamente convocada, com gestores e professores das escolas para realinhar medidas de segurança, tendo como foco reforçar as orientações para todo o corpo escolar, incluindo os agentes de portaria.
” A Seduc-AM ressalta, ainda, que tem como prioridade em conjunto com os gestores pautar pelo maior controle do acesso à escola tanto em relação aos alunos quanto de pais e responsáveis.
Além disso, a Seduc-AM tem reforçado a necessidade de contato direto com as Companhias Interativas Comunitárias (Cicoms), que dão suporte no atendimento e presença dos policiais na área externa da escola”.
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